Brasil entra na Opep+, grupo de países exportadores de petróleo

Lula e Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia. Foto: Ricardo Stuckert

O Brasil aceitou, nesta terça-feira (18), o convite para integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) como membro do grupo de aliados, conhecido como “Opep+”. A decisão foi tomada durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e marca um novo capítulo na política energética do país.

O Brasil será o primeiro a aderir à “carta de cooperação” da Opep, um fórum de discussão que reúne países membros e aliados para debater estratégias relacionadas ao mercado global de petróleo.

Criada em 1960, a Opep reúne 13 grandes produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Já a Opep+ inclui países que, embora não sejam membros oficiais, colaboram com o cartel em políticas internacionais relacionadas ao comércio de petróleo.

A adesão do Brasil ao grupo não implica obrigações vinculantes, conforme destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “É apenas uma carta, um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, afirmou.

Além da Opep+, o governo brasileiro também decidiu iniciar o processo de adesão à Agência Internacional de Energia (IEA) e à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). Segundo Silveira, a participação nesses organismos internacionais reforça a posição do Brasil como um ator global no setor energético, tanto no mercado de petróleo quanto na transição para fontes renováveis.

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos. Foto: reprodução

A decisão foi recebida com críticas por parte de organizações ambientalistas. Camila Jardim, representante do Greenpeace Brasil, afirmou que a adesão à Opep+ envia “o sinal errado para o resto do mundo”, especialmente em um momento em que o país se prepara para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), em Belém (PA).

“Em meio a mais uma onda brutal de calor e recordes sucessivos nas altas de temperatura no último ano, o Brasil vai na contramão ao buscar integrar um grupo que funciona como um cartel do petróleo”, disse Jardim ao G1.

Questionado sobre as críticas, o ministro Alexandre Silveira rebateu e se declarou “ambientalista”. “Ambientalistas têm todo meu respeito. Eu também sou ambientalista, talvez me considere mais ambientalista que eles”, afirmou.

Ele ainda destacou que a participação na Opep+ não impede o Brasil de avançar em sua agenda de transição energética. “Quero saber o que está por trás disso, de chamar de contradição participar de um fórum para discutir transição energética”, completou.

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