Bolsonaro tinha plano de fuga caso golpe de Estado falhasse, diz PGR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha um plano de fuga caso o golpe de Estado falhasse, de acordo com a denúncia apresentada nesta terça-feira (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o documento, Bolsonaro passou a adotar “crescente tom de ruptura com a normalidade institucional” a partir de 2021.

A denúncia destaca ainda que o discurso “ganhou impulso mais notável” após as condenações criminais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terem sido anuladas.

Bolsonaro e 33 aliados foram denunciados por tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-chefe do Executivo é acusado de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

“Em 22 de março de 2021, poucos dias depois de Lula da Silva haver superado a causa de inelegibilidade, o grupo de apoio do então Presidente da República, que formará o núcleo da organização criminosa, cogitou de o Presidente abertamente passar a afrontar e a desobedecer a decisões do Supremo Tribunal Federal, chegando a criar plano de contingenciamento e fuga de Bolsonaro, se a ousadia não viesse a ser tolerada pelos militares”, diz trecho da denúncia.

Ainda segundo o documento, investigações da Polícia Federal (PF) “revelaram que o pronunciamento não era mero arroubo impensado e inconsequente. Já então, o grupo ao redor do Presidente houvera até mesmo traçado estratégia de atuação em prol do seu líder, incluindo plano de fuga do país, se porventura lhe faltasse o apoio armado com que contava”.

Gonet apontou que o grupo começou a articular o plano golpista após os resultados das pesquisas eleitorais em 2021.

“O grupo registrou a ideia de ‘estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações’ e de replicar essa narrativa ‘novamente e constantemente’, a fim de deslegitimar possível resultado eleitoral que lhe fosse desfavorável e propiciar condições indutoras da deposição do governo eleito”, afirma a PGR.

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