Ata do FOMC, resultados de Vale e Banco do Brasil, denúncia contra Bolsonaro e mais

O mercado financeiro acompanha de perto os indicadores econômicos que devem influenciar os próximos movimentos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos nesta quarta-feira (19). No Brasil, o fluxo cambial semanal, divulgado às 14h30, pode fornecer mais detalhes sobre a entrada e saída de divisas no país, um fator importante para a dinâmica do mercado de câmbio.

Do lado corporativo, a mineradora Vale (VALE3), Banco do Brasil (BBAS3), Gerdau (GGBR4), Assaí (ASAI3) e outras empresas divulgarão resultados após o fechamento do mercado.

Já nos Estados Unidos, o foco está na ata do FOMC, que pode oferecer pistas sobre a direção futura da política monetária americana. O Federal Reserve tem adotado postura cautelosa diante de dados econômicos, o que mantém os investidores atentos a qualquer sinal de mudança nas estratégias de juros.

Ontem, o dólar voltou a perder terreno em relação ao real, com o fechamento em R$ 5,6887, o menor valor do ano até agora. A moeda norte-americana recuou 0,42%, após o Banco Central brasileiro realizar leilão de venda com compromisso de recompra, o que contribuiu para reduzir a pressão de alta. A moeda dos EUA acumulou queda de 7,93% em 2025 até o momento. As tensões geopolíticas, como os avanços nas negociações para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, também influenciam o mercado, gerando um clima de cautela nas negociações internacionais.

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

O presidente Lula inicia sua agenda às 9h com uma reunião no Palácio do Planalto com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 9h30, participa da cerimônia de chegada do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro. Em seguida, às 9h50, tem uma reunião bilateral com o premiê português. Às 10h50, Lula e Luís Montenegro comandam a XIV Cimeira Brasil-Portugal. Na sequência, às 12h10, ocorre a cerimônia de assinatura de atos. Às 13h30, o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, oferecem um almoço ao primeiro-ministro português no Palácio Itamaraty.

No período da tarde, às 15h, Lula se reúne com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Por fim, às 16h, tem encontro com o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe de Gabinete Adjunto de Agenda, Oswaldo Malatesta.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, inicia sua agenda nesta quarta-feira com uma reunião das 10h às 11h com representantes da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, do Instituto Livre Mercado e da Associação Brasileira da Criptoeconomia (ABCripto). À tarde, das 14h às 17h, ele participa da segunda sessão da 60ª reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). À noite, das 19h às 21h, Galípolo comparece à Recepção em Celebração ao Aniversário do Imperador do Japão, em Brasília. Todas as agendas são fechadas à imprensa.

Brasil

14h30 – Fluxo cambial (semanal)

EUA

10h30 – Início de construções Janeiro

16h – Ata do Fomc

18h30 – Estoques de petróleo (semanal)

Internacional

Trump minimiza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou a preocupação da Ucrânia por ser deixada de fora das negociações entre os EUA e a Rússia na Arábia Saudita sobre o fim da guerra na Ucrânia nesta terça-feira e disse que não se oporá aos europeus se eles quiserem enviar tropas de manutenção da paz para a Ucrânia.

Sem autoridade

A Casa Branca esclareceu, em um processo judicial nesta segunda-feira (18), que Elon Musk, embora atue como conselheiro graduado do presidente Donald Trump, não ocupa o cargo de funcionário do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e não tem autoridade para tomar decisões governamentais. Segundo o documento assinado por Joshua Fisher, diretor do Escritório de Administração da Casa Branca, Musk pode apenas aconselhar o presidente e comunicar suas diretrizes. A declaração foi feita em resposta a um processo movido contra Musk pelo Estado do Novo México, esclarecendo que ele não é o Administrador do DOGE dos EUA.

Autodefesa

O presidente da Argentina, Javier Milei, se defendeu das acusações de envolvimento na promoção da criptomoeda $LIBRA, que causou grandes perdas a investidores. Em entrevista ao canal TN, Milei comparou as perdas ao funcionamento de um cassino, alegando que não tem responsabilidade. A criptomoeda, divulgada por ele na sexta-feira (14), teve um crescimento rápido, atingindo US$ 4 bilhões em valor de mercado, mas colapsou rapidamente, prejudicando muitos investidores. Milei negou ter promovido a moeda, afirmando que apenas a divulgou e que não recebeu dinheiro pelo feito. Ele minimizou os danos, dizendo que a maioria dos afetados era estrangeira. Além disso, anunciou uma investigação sobre o caso, desafiando a oposição a apresentar provas concretas de fraude.

Economia

Em dólares

O Tesouro Nacional anunciou uma emissão de títulos em dólares no mercado internacional, com vencimento em 2035. O objetivo é aumentar a liquidez da curva de juros soberana em dólar e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira. A operação está sendo liderada pelos bancos Bradesco, JP Morgan e Morgan Stanley. O preço inicial foi fixado em 7,05%. A emissão faz parte da estratégia do governo de dar referência ao mercado privado de dívidas sem depender do financiamento externo. Embora os títulos em dólar representem uma pequena parte da dívida brasileira, a meta é mantê-los entre 3% e 7% do total da dívida até 2025.

Opep

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou nesta terça-feira a participação do Brasil na “carta de cooperação” entre países produtores de petróleo, um fórum consultivo que envolve membros e não-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Essa carta, conforme o Ministério de Minas e Energia, estabelece um espaço de diálogo entre ministros da área de energia e petróleo, com reuniões regulares em nível técnico. A adesão do Brasil não implicará em decisões sobre cortes de produção de petróleo, nem afetará sua soberania sobre recursos naturais. Além disso, o CNPE aprovou a entrada do país em outros dois fóruns internacionais: a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).

Normalidade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação no Brasil está em torno de 4% a 5%, dentro da normalidade desde o Plano Real. Ele destacou que o país superou a inflação de dois dígitos e que a valorização do dólar pressionou os preços. Em 2024, o IPCA fechou em 4,83%, acima do teto da meta. Haddad espera que a valorização do real ajude na estabilização dos preços. O mercado ajustou sua previsão para o IPCA de 2025 para 5,6%, acima da meta. Economistas sugerem que o governo foque no controle de gastos públicos. O Copom deve elevar a Selic em março para 14,25% ao ano.

Política

Denúncia contra Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, na terça, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Se condenado pelas três acusações, Bolsonaro pode pegar até 30 anos de prisão. A denúncia tem como base o relatório da Polícia Federal (PF), que apontou o ex-presidente como líder de um grupo que articulou medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.

Entre os denunciados também estão os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), além do deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e do ex-comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira.

Reações

A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas, acusadas de planejar um golpe de Estado, teve forte repercussão no meio político, com declarações de apoio e críticas ao ex-mandatário.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado sobre o caso, mas evitou comentar a denúncia. Já parlamentares da base governista comemoraram a denúncia e defenderam a punição dos envolvidos. Já aliados de Bolsonaro classificaram a ação como perseguição política.

PL da anistia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reunirá nesta quarta-feira (19) com deputados aliados e reforçará o pedido para que parlamentares se mobilizem para aprovar o projeto de lei (PL) que busca anistiar participantes dos atos golpistas contra os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, segundo informações do jornal Valor.

Centrão

A pesquisa Datafolha de sexta-feira gerou discussões no Centrão sobre a possibilidade de membros do grupo, inclusive ministros, devolverem seus cargos no governo Lula, segundo o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim. A ideia de sair para se posicionar na oposição reflete a deterioração da governabilidade do presidente. Embora a teoria seja discutida, a prática é complicada, já que o Centrão raramente abre mão de cargos em qualquer governo. O simples fato de o tema ser debatido, no entanto, revela um desgaste significativo na relação do grupo com o governo Lula 3.

População assaltada

Aliados do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão preocupados com o enfraquecimento da sua pauta econômica no Congresso Nacional, após críticas feitas à sua gestão em uma reunião na Granja do Torto. O receio, segundo reportagem da CNN, é que ataques constantes prejudiquem sua imagem com os parlamentares e atrapalhem a aprovação de projetos importantes, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. A proposta ainda está sendo estudada pela equipe econômica, que busca medidas compensatórias. A isenção é uma promessa de campanha de Lula e vista como essencial para recuperar a imagem do governo.

Emendas parlamentares

O ministro do STF, Flávio Dino, determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) realizem uma auditoria sobre R$ 469 milhões em emendas parlamentares de 2024, focando em planos de trabalho classificados como “não cadastrados” na plataforma de transferências do governo. A auditoria, que deve ser concluída em 60 dias, também visa revisar emendas já aprovadas e transferidas, para verificar se os recursos estão sendo utilizados corretamente. Dino também intimou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a incluir os CPFs e CNPJs dos beneficiários finais, com o objetivo de aumentar a transparência sobre o destino do dinheiro.

Sem interesse

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que não tem interesse em concorrer à Presidência nas eleições de 2026. Ele desmentiu rumores de que aceitaria uma candidatura caso fosse apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tarcísio reiterou que sua prioridade é buscar a reeleição no estado e que não tem conversado com ninguém sobre uma possível candidatura. Durante um evento do PL em Guarulhos, o governador reforçou seu apoio a Bolsonaro, destacando-o como a principal liderança da direita e mencionando que o partido deve trabalhar para o retorno de Bolsonaro à presidência.

Visita

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que fará uma visita de Estado à França nos dias 6 e 7 de junho, a convite do presidente francês Emmanuel Macron, com quem mantém uma boa relação. A visita também incluirá a participação de Lula na Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos, nos dias 8 e 9 de junho. Durante uma conversa telefônica entre os dois líderes, discutiram temas globais e relações bilaterais, incluindo a guerra na Ucrânia, a COP30, que ocorrerá em Belém, e a ampliação do financiamento climático, com o apoio da França.

Anistia

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que já há votos suficientes na Câmara dos Deputados para aprovar o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. No entanto, ele destacou que o projeto de lei complementar (PLP) que altera a Lei da Ficha Limpa, reduzindo o prazo de inelegibilidade de 8 para 2 anos, ainda precisa de mais tempo para amadurecer. Bolsonaro mencionou que a maioria dos parlamentares, incluindo os do PSD, é favorável à anistia e que o presidente da Câmara, Hugo Motta, comprometeu-se a colocar a proposta em votação quando houver apoio suficiente.

Reação

Jair Bolsonaro comentou os resultados da pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, que o colocam à frente de Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual segundo turno nas eleições de 2026. Bolsonaro tem 45,1% das intenções de voto, contra 40,2% de Lula. Em uma disputa entre Michelle Bolsonaro e Lula, a ex-primeira-dama também supera o petista, com 42,9% contra 40,5%. O ex-presidente criticou Lula, chamando-o de “incompetente” e afirmou que o governo trabalha para mantê-lo inelegível. Bolsonaro está inelegível até 2030 por condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Corporativo

GPA (PCAR3)

O GPA registrou prejuízo líquido consolidado de R$1,1 bilhão no quarto trimestre do ano passado, bem acima da perda de R$303 milhões no mesmo período do exercício anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela empresa, que citou efeito de temas estruturantes e excepcionais no período.

No caso das operações continuadas, o prejuízo do dono da rede de supermercados Pão de Açúcar somou R$737 milhões, também muito acima da perda de R$91 milhões um ano antes.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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