“O que a gente leu é para chocar o país”, diz Lindbergh sobre a denúncia da PGR

Deputados de esquerda seguram cartazes com as palavras “sem anistia”. Foto: Divulgação

Líderanças da esquerda se pronunciaram nesta quarta-feira (19) em defesa da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O posicionamento ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar pedido de abertura de ação penal contra ele por tentativa de golpe de Estado.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou estar estarrecido com as revelações da investigação. Segundo ele, os fatos apresentados são graves e podem levar o ex-presidente à prisão. “O que a gente leu é para chocar o país. Ninguém aqui está comemorando ou festejando, porque o ex-presidente foi denunciado, será julgado e condenado pelo STF. O 8/1 era a última tentativa desse plano de golpe”, declarou.

Farias mencionou ainda a suposta operação para assassinar autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O parlamentar destacou que o plano teria sido impresso dentro do Palácio do Planalto, durante o mandato de Bolsonaro.

Já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou estar assustada com a possibilidade de Bolsonaro ter aprovado o plano de assassinato. “A denúncia é clara ao apontar que o ex-presidente foi consultado e deu aval para a trama”, disse.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) classificou como “inaceitável” o conteúdo da denúncia da PGR. Segundo ela, Bolsonaro liderou um plano para impedir a posse de um presidente eleito e promover uma intervenção militar.

O líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PE), afirmou que a democracia venceu, mas destacou a necessidade de punição aos envolvidos. “A Justiça precisa responder à altura dos atos cometidos”, declarou.

Deputados da esquerda acreditam que a denúncia da PGR enfraquece os argumentos a favor da anistia para os envolvidos nos atos do 8 de janeiro. Gleisi Hoffmann ressaltou que a PGR apontou que o objetivo dos ataques às sedes dos Três Poderes era criar caos social e justificar uma intervenção militar.

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.

A parlamentar argumentou que a acusação desmonta a tese de que os atos foram “apenas vandalismo” e pode dificultar a tramitação do projeto de anistia no Congresso. Por outro lado, a oposição também se manifestou na Câmara, promovendo um ato político em defesa de Bolsonaro. Durante o protesto, parlamentares exibiram cartazes e entoaram gritos de “anistia já”.

Talíria Petrone rebateu o pedido de anistia, afirmando que as provas apresentadas na denúncia demonstram um plano elaborado ao longo de anos e que desmentem a ideia de que nada aconteceu. A esquerda avalia que a denúncia manterá Bolsonaro no centro das notícias negativas.

Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a acusação ocorre em um momento delicado para o governo Lula, que enfrenta queda na popularidade. O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que é papel dos parlamentares manter o assunto em alta na opinião pública.

Segundo ele, é necessário mobilizar movimentos sociais para evitar que a pauta caia no esquecimento. Correia defendeu que o foco na direita pode beneficiar o governo Lula, permitindo um ambiente político mais favorável para enfrentar problemas econômicos, como a inflação.

Por outro lado, a líder da minoria, deputada Carol de Toni (PL-SC), admitiu que as notícias sobre Bolsonaro são prejudiciais à imagem da direita. Ela alertou que novos desdobramentos negativos devem surgir, como depoimentos de aliados do ex-presidente e possível avanço das investigações.

De Toni acusou o Judiciário e o Executivo de atuarem em conluio para desviar a atenção dos problemas enfrentados pelo governo Lula. A deputada afirmou que a oposição continuará destacando questões como o alto custo dos alimentos, da gasolina e os gastos do governo federal.

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