Putin também era amigão de Bolsonaro. Por Moisés Mendes

Parte da esquerda brasileira se incomoda com essa verdade. Trump se aproxima de Putin assim como Bolsonaro e seus generais se aproximaram do russo quando estavam no poder.

São outros os motivos e são outras as circunstâncias, mas Putin conversa com quem estiver por perto. Não é difícil entender por que se aproximou de Bolsonaro.

Bolsonaro foi dizer a Putin, em fevereiro de 2022, com todos os seus generais do núcleo duro, que ficaria no poder por anos ou por décadas, sendo eleito ou sendo golpista.

Dos 52 integrantes da caravana de Bolsonaro a Moscou, 32 eram militares, com quatro generais. Ele disse a Putin: esses caras vão estar comigo no poder. Eu serei o Putin brasileiro.

O russo e Bolsonaro eram bons amigos, diante da perspectiva real de o fascista brasileiro se tornar imbatível. Tanto que, logo no começo, por desorientação e ignorância, Bolsonaro declarou apoio público à invasão da Ucrânia.

Mas e as ideologias? Que ideologias, companheiro? O jogo é de poder, com a quebra de tudo o que estava consagrado até aqui desde o pós-guerra. Bolsonaro era amigo de Trump, que já era amigão de Putin.

Trump arranjará com Putin uma ‘solução’ para a guerra, alijando a Ucrânia e a Europa das conversas, porque ele é o único mágico e os interesses dos Estados unidos devem prevalecer. Ele e Putin vão se ajudar e se acalmar mutuamente e saquear a Ucrânia.

Vai funcionar? Teremos que esperar para saber. O amor por Bolsonaro não foi em frente porque deu tudo errado para a extrema direita na eleição e no golpe.

Se tivesse dado certo, Putin e o fascista estariam cheios de planos e andariam por aí de mãos dadas. Pode ser dureza, mas essa é a foto que teríamos.

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