Sexo em alto-mar e em locais públicos pode satisfazer necessidades que vão além do prazer sexual; entenda

Diversos vídeos de denúncia envolvendo práticas sexuais em locais públicos chamaram atenção nas redes sociais ao longo das últimas semanas. Na noite do Réveillon um grupo de homens foi flagrado em uma orgia no Arpoador (RJ). Semanas depois, um grupo foi flagrado fazendo sexo em uma praia na região de Búzios (RJ). Recentemente, um casal tendo relações sexuais em um Jet Ski em alto-mar em santos também chamou atenção depois que o ato foi registrado e compartilhado no TikTok por um influenciador que passava pela região.

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Entre diversos comentários criticando os atos, alguns internautas apontaram que os casos refletem a realização de “fetiches” ou até mesmo “exibicionismo” e “voyeurismo”. Para entender melhor as questões que envolvem o tema, o Metro World News conversou com psicoterapeuta e sexólogo Lorran Campos.

Em fala, Lorran explica que podemos categorizar cinco comportamentos envolvendo as práticas, sendo eles o sexo em público, sexo em local público, sexo em grupo, voyeurismo e exibicionismo.

“No caso do surubão, podemos dizer que envolve a questão do sexo em público, em local público, em grupo e principalmente o exibicionismo. Por outro lado, no caso do casal com o jet ski é diferente. Existe um potencial exibicionista, mas não temos como saber se o exibicionismo era a real intenção do casal, mesmo realizando a prática em local onde existe a possibilidade de ser visto”, explica.

Prazer além do ato

Segundo especialista, tais práticas podem ter uma explicação psicológica, sendo importante diferenciar quando o ato se torna algo patológico. Neste ponto, o principal fator de diferenciação está justamente nos prejuízos sociais e psicológicos causados ao praticante.

“Existe uma diferenciação entre o que é patológico e o que não é. No caso do exibicionismo quando se torna algo patológico falamos de um transtorno parafílico. Esse transtorno é caracterizado por um impulso compulsivo e incontrolável de expor suas práticas sexuais buscando o olhar do outro. Por sua vez, essa compulsão gera sofrimento e prejuízos para essa pessoa”.

Por outro lado, quando falamos do exibicionismo que envolve o desejo ou fantasia de ser visto sem os fatores que geram comprometimento Lorran explica que estamos tratando de algo que não é considerado patológico.

“Ele envolve a simples fantasia e o desejo do olhar do outro. O querer impactar o outro de forma que ele me veja”.

Além disso, Lorran reforça que, para os praticantes, a busca pelo prazer vai além do ato em si, uma vez que os jogos de poder, a satisfação de desejos inconscientes e diversos fatores além do ato sexual colaboram para a obtenção de prazer dos envolvidos.

⚠️ Atenção ⚠️

O presente conteúdo possui caráter informativo e não diagnóstico.

Vale lembrar que de acordo com o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, a prática de ato obsceno em lugar público ou espaços abertos coletivos é crime, podendo levar à prisão dos envolvidos com pena de detenção por 3 meses a 1 ano, ou aplicação de multa.

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