Friedrich Merz: quem é o conservador cotado para assumir como chanceler da Alemanha

A União Democrata-Cristã (CDU), o mesmo partido de centro-direita da ex-chanceler Angela Merkel, venceu as eleições gerais da Alemanha no domingo (23), abrindo caminho para que Friedrich Merz substitua o social-democrata Olaf Scholz no comando do país.

Com menos de 30% dos votos, a CDU terá de negociar alianças para formar um governo, uma vez que a Alternativa para a Alemanha (AfD), conhecido por seu extremismo e relativização do nazismo, conquistou 21% do eleitorado e dobrou sua bancada no Parlamento.

Merz já descartou qualquer coalizão com a AfD, mas pode precisar de apoio dos Verdes ou do Partido Social-Democrata (SPD), para avançar pautas em comum. Caso envolva mais de dois partidos, a governabilidade pode se tornar um desafio nos próximos anos.

Mudança política e desafios econômicos

A vitória de Merz marca uma guinada conservadora na política alemã. Aos 69 anos, ele promete reverter políticas de imigração adotadas por Merkel, endurecer regras para refugiados e reduzir burocracias para impulsionar o setor empresarial. Ele também defende uma política de segurança de “tolerância zero”, além de rever a legalização da maconha e estudar o retorno da energia nuclear.

Na economia, Merz propõe um plano liberal com cortes de impostos corporativos e estímulo ao livre mercado para tirar a Alemanha da recessão. O ano de 2025 marca o terceiro ano de recessão de Berlim.

Um dos lemas adotados pelo líder se resumo em criar “uma Alemanha da qual podemos nos orgulhar novamente”, uma referência clara ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por outro lado, ao traçar o objetivo de fortalecer a posição internacional do país, em meio ao impacto da guerra na Ucrânia, disse em discurso após o fechamento das urnas que quer tornar a Alemanha independente dos EUA. 

“Nunca imaginei que teria que dizer algo assim… Mas depois das declarações de Trump, está claro que os americanos, pelo menos este governo americano, são amplamente indiferentes ao destino da Europa”, falou, .

Histórico e polêmicas

Antes de ingressar na política, Merz construiu uma carreira no setor privado, presidindo o conselho da BlackRock na Alemanha e atuando em conselhos corporativos. Ele nunca ocupou um cargo no governo, mas tenta se projetar como um líder experiente e pragmático.

Seus discursos firmes contra a imigração geraram polêmica. Em meio à campanha, ele rotulou filhos de imigrantes muçulmanos de “pequenos paxás” e acusou refugiados ucranianos de praticarem “turismo de assistência social”. Além disso, quebrou um tabu ao buscar apoio da AfD em uma votação sobre imigração, atraindo críticas dentro da CDU.

Agora, Merz precisa negociar rapidamente para formar um governo, alertando que “o mundo lá fora não está esperando por nós”.

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