Cine-Theatro recebe concerto ‘Clássicos da MPB para cordas’ nesta terça

concerto no cine-theatro central

concerto no cine-theatro central
(Foto: Fernando Priamo/ Arquivo TM)

Nesta terça-feira (25), estreia o concerto “Clássicos da MPB para cordas”, no Cine-Theatro Central. Músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan e outros artistas são reimaginadas em arranjos feitos especialmente para o evento pelo compositor Luiz Castelões. As composições serão interpretadas pelo trio Arcos de Minas (formado por Álisson Berbert e Ladislau Brun nos violinos e Bruna Berbert no cello), contando também com leitura dramatizada das letras das músicas pelo ator Jeann Cavallari. A entrada é franca e os ingressos limitados a 120 pessoas, com retirada na recepção do teatro. No dia do evento, a entrada acontece pela portaria lateral, localizada na Galeria Azarias Vilela. A apresentação faz parte do projeto Palco Central.

Reimaginar clássicos

O processo de recriar o que já existe, por vezes, pode ser mais árduo do que conceber algo do zero. “Cuidadoso e demorado” são os adjetivos que Luiz utiliza para descrever o movimento de reformulação dos clássicos da música brasileira. O primeiro passo foi cantarolar, canção por canção, de memória. Por meio delas dela, uma ou outra mudança surgia. Depois, escritas e reescritas na partitura ocorreram, com alguns detalhes sendo ora “distorcidos”, ora ressaltados, ora comentados musicalmente. 

“Imagino situações inusitadas com aqueles sons. Em ‘Inútil paisagem’ (Tom Jobim), por exemplo, uma das partes assume a forma de um jazz vigoroso, depois da qual a energia se dissipa e o arranjo dá a impressão de estagnar, ‘congelar’, em direção a uma situação de ‘não-música’”, afirma o compositor, que explicita também como reimaginou os arranjos para “Ponta de areia” (Milton Nascimento). “Eu traduzo o ‘caminho de ferro’ da letra da canção em termos de sons metálicos nas cordas e o ‘um grito, um ai’ da letra vira um som bem alto e repentino logo após um silêncio.”

É algo que envolve “memória, escuta, canto, emotividade, intelectualidade, circunstância”, entretanto estando para além disto. A mistura de sons e ritmos, de acordo com Luiz, é intrínseca à música popular brasileira, um verdadeiro “caldeirão de influências”. “Então faz todo o sentido dar continuidade a esses hibridismos, continuando a misturar a MPB com cada nova tendência da indústria cultural e da música de concerto moderna e contemporânea. Pensando em termos mais gerais, se o Brasil é um laboratório de gentes e culturas, então, nossa música também pode ser encarada como uma espécie de laboratório de sons.”

Versatilidade das cordas  

Além de reimaginar o que já está consolidado no imaginário popular, outro elemento da recriação que permeia o espetáculo “Clássicos da MPB para cordas” é a seleção de músicas. Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Alceu Valença, Djavan, Marisa Monte e Ed Motta são os intérpretes originais. A ideia é fazer do repertório de 13 músicas um passeio entre os clássicos de 1950 a 1990 do estilo. 

“Todas as canções selecionadas foram definitivamente sucessos (no rádio, TV, LP ou CD) em suas respectivas épocas. E, neste sentido, são representativas de uma escuta, de um fazer musical e de seus públicos. Assim, se tornaram referências – ‘clássicos’. E daí vem o título do concerto”, explica Luiz.

A interpretação com cordas do trio Arcos de Minas contribui para uma “integração potente entre a tradição e o novo”, como afirma o idealizador do projeto: “Pois a versatilidade desses instrumentos que foram protagonistas tanto de repertórios tradicionais (como em formações da música de concerto dos séculos 17 ao 19) quanto das mais radicais obras contemporâneas do século 20 (como em Lachenmann, Scelsi e Sciarrino), além de estarem presentes como instrumentos de apoio nos repertórios populares, representa a melhor alternativa para dar conta da diversidade presente nas diferentes MPBs existentes”. 

E ele segue: “O evento é sobretudo uma celebração, nesse templo absoluto da cultura juiz-forana que é o Cine-Theatro Central”. Sendo o desejo principal fazer o público “sonhar” e ser “feliz”, como destaca Luiz.   

*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy

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