Bolsonarista Paulo Figueiredo, que deu “dica” a Musk contra Moraes, foi preso no EUA por golpe milionário

Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro

O bilionário Elon Musk, dono de Donald Trump, voltou a usar a rede social X para atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes. Musk repercutiu a campanha de congressistas americanos que pedem sanções contra o magistrado.

“Parece que ele está tentando esconder seus bens”, escreveu Musk ao compartilhar uma postagem sobre os processos movidos pela empresa de mídia de Donald Trump e pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes. O dono do X ainda questionou: “O juiz Moraes acabou de tirar seu dinheiro dos EUA?”.

A narrativa foi rapidamente abraçada pelo delinquente Paulo Figueiredo, blogueiro bolsonarista e neto do ditador João Baptista Figueiredo, um dos alvos dos inquéritos do STF. Musk respondeu laconicamente a uma “dica” do picareta para enquadrar: “interessante”.

O neto do último ditador militar brasileiro tem se consolidado como articulador da extrema direita no exterior, promovendo desinformação e ataques sistemáticos às instituições democráticas brasileiras. Desde que comprou o Twitter e o transformou no X, Musk se revelou um neonazista orgulhoso. Agora, ao ecoar as acusações de Figueiredo, agride frontalmente um membro da Suprema Corte brasileira com fake news.

O ataque coordenado contra o ministro do STF visa deslegitimar qualquer esforço para conter a o fascismo no Brasil. De acordo com a denúncia da PGR, Figueiredo Filho atuou em operação de “propagação de desinformação golpista e antidemocrática”.  

Juntamente com o general Braga Netto e os militares Ailton Gonçalves Moraes Barros, paraquedista do Exército, o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto, e o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, Paulo Figueiredo integrava o núcleo responsável por incitar militares à aderirem ao golpe de Estado.

É um pilantra contumaz. Ex-sócio do presidente americano Donald Trump, ele esteve foragido da Justiça brasileira durante boa parte de 2019, quando foi um dos principais implicados na chamada Operação Circus Maximus, do Ministério Público Federal, acusado de um esquema de corrupção de diretores  do Banco de Brasília (BRB).

 Entre os delitos contra o sistema financeiro cometidos por ele, o MPF destacou o pagamento de propinas, num total de R$ 20 milhões, aos dirigentes do BRB em troca de investimentos de recursos de fundos de pensão no Trump Hotel, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no valor de US$ 120 milhões, tocado por investidores brasileiros abrigados na LSH Barra Empreendimentos Imobiliários (entre eles, Figueiredo Filho), que seria operado pelo grupo do presidente americano.

Como não é bobo, nem nada,  o velho Donald sentiu o cheiro de queimado e se desligou do projeto antes de estourar o escândalo.

Naquele mesmo ano, a Circus Maximus expediu um pedido de prisão de Figueiredo Filho, que à época já residia em Miami, onde se encontra até hoje. Foragido, ele só foi preso no fim de julho do mesmo ano pelas autoridades americanas por que havia uma alerta da Interpol em seu nome.

No entanto, ficou menos de três meses atrás das grades: no dia 22 de outubro, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares.

Apesar da capivara cabeluda, o neto do cavalo Figueiredo já ocupou postos de destaque em entidades empresariais, como uma diretoria do Instituto Liberal, do Rio de Janeiro, e trabalhou na Secretaria de Turismo carioca na gestão do prefeito Eduardo Paes, parece não ter afetado seu livre trânsito nas hostes bolsonaristas.

Seu nome também consta em pelo menos 18 processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e em outros tribunais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.