Tarifa é irrelevante nos EUA, mas aperto na imigração gera inflação, diz Marcio Appel

Marcio Appel, sócio-fundador da Adam Capital, prevê um ciclo muito longo de crescimento nos Estados Unidos. “Primeiro pelo ganho de produtividade, que vai ser absurdo”, avalia, destacando nessa questão o uso amplo da inteligência artificial.

Mas no curto prazo, vê como inevitável uma inflação maior. “Vai ter um impacto por conta da restrição de imigrantes”, diz. Appel participou do episódio 153 do programa InfoMoney Outliers, apresentado por Clara Sodré, analista de Fundos da XP e Guilherme Anversa, sócio da XP Advisory.

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Economia doméstica

O gestor acha que o tema da tarifa de importação “completamente irrelevante”. “Os Estados Unidos são uma economia fechada, com exportação e importação pequenas em relação à economia total doméstica”, afirma.

No entanto, a questão da imigração pode ter impacto no país. “Boa parte dos índices de inflação (nos EUA) leva em conta os serviços, que são prestados em sua maioria por imigrantes. Simplesmente pela questão de oferta e demanda, pode ser que tenha um aumento da inflação no curto prazo”, diz ele.

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Mas Appel crê que a inflação no futuro possa ser mais baixa por ganho de produtividade. “Os Estados Unidos tiveram uma performance muito melhor do que o resto do mundo no ano passado e acho que a diferença vai aumentar”, diz.

Inteligência artificial

“A fronteira de crescimento mundial hoje é a economia dos Estados Unidos e vai acelerar. O pessoal está ficando para trás e muito para trás”, crê o executivo. Ele aponta que a IA tem tido queda absurda de custo. “E o uso está aumentando drasticamente”, afirma, apontando a tecnologia como a grande impulsionadora do ganho de produtividade nos EUA.

“A gente está talvez vendo a maior revolução da humanidade. Isso não é comparável com nada que vimos antes”, acredita. “Vai ser a última oportunidade de se investir no capitalismo”, acrescenta.

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Sobre a queda da taxa de juros americana, ele não tem muito otimismo. Mas o executivo observa isso como impeditivo para as bolsas americanas continuarem em ascensão.

“Agora, se os juros caírem, a bolsa vai explodir porque a produtividade realmente está aumentando”, pontua.

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