Novo presidente da bancada evangélica descarta oposição ao governo: “Quem faz são os partidos”

(…) Os apoios externos que o senhor recebeu, de Bolsonaro e Malafaia, foram decisivos para sua vitória?

Todo apoio é importante, mas acho que não foi bem assim. Toda pessoa ou grupo tem seu deputado, seu representante eleito na casa e é muito natural que esses grupos tenham um candidato, julguem alguém melhor. Isso deve ter acontecido sim, e, claro, foi importante.

A ala bolsonarista da bancada o apoiou. O senhor se considera um aliado de Bolsonaro?

Eu sou um homem do diálogo, de forma muito clara. Nunca escondi que votei no presidente Bolsonaro em 2022, mas foi meu voto e apoio pessoal. Agora, não sou da ala mais ou menos bolsonarista. Sou do diálogo. (…)

Como o senhor avalia o governo Lula até agora?

O governo tem deixado a desejar na gestão. Basta ver que a população na ponta da linha tem sofrido muito. Na questão econômica, o governo tem se pautado em gastos e não nas economias, como deveria fazer. Isso logicamente afeta quem está na ponta. (…)

Mas, nos primeiros governos do PT, os pastores caminhavam lado a lado com Lula. O que mudou?

A situação do país como um todo mudou. E volto a dizer que hoje o governo tem pautas muito mais abertas do que tinha anteriormente. Um exemplo claro disso é a liberação das drogas. Quando fala disso na igreja, todos colocam a mão na cabeça, há um desespero. Acho que isso automaticamente tem deixado a desejar entre os evangélicos e piorado a situação. (…)

A bancada evangélica tem adotado uma postura de oposição ao governo. Isso será mantido na sua gestão?

Não farei oposição ao governo, quem faz oposição são os partidos políticos. Como frente, não tenho essa condição de fazer oposição. Nós temos pautas definidas e vamos discutir isso. Faremos enfrentamentos, caso necessário.