Morte por sarampo no Texas coloca em evidência visões de Kennedy sobre as vacinas

Um crescente surto de sarampo no Texas, onde uma criança não vacinada morreu e quase 20 outras foram internadas com complicações sérias, é o primeiro grande teste para o novo secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., um cético em relação às vacinas.

A reação inicial de Kennedy à notícia da morte, a primeira pela doença nos EUA desde 2015, foi dizer que tais surtos são um acontecimento comum. Ele aludiu incorretamente a duas mortes e disse que pacientes hospitalizados estavam internados “principalmente por razões de quarentena”.

Especialistas em saúde pública dizem que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, deveria incentivar a vacinação em nível nacional para ajudar a conter um dos maiores surtos de sarampo nos EUA na última década.

Mais de 130 casos ocorreram no Texas e no Estado vizinho do Novo México. Autoridades estaduais disseram que mais casos provavelmente ocorrerão, porque o sarampo é muito contagioso.

“Houve quatro surtos de sarampo neste ano neste país. No ano passado, foram 16. Então não é incomum”, afirmou Kennedy na quarta-feira. “Temos surtos de sarampo todos os anos.”

Funcionários do hospital do Texas, no entanto, disseram que todas as crianças que foram internadas não estavam vacinadas e apresentaram problemas respiratórios sérios, incluindo alguns que exigiam cuidados intensivos, e que o hospital não mantém os pacientes internados apenas para quarentena.

Os profissionais pediram que o público se certifique de que está em dia com suas vacinas contra o sarampo e descreveram sua própria consternação com o ressurgimento de um vírus que foi declarado erradicado nos EUA em 2000, em grande parte devido à vacinação generalizada contra a doença. que pode ser particularmente séria para crianças pequenas.

Um porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA posteriormente corrigiu Kennedy e confirmou apenas uma morte. A agência não respondeu a uma pergunta sobre a emissão de um chamamento público para a vacinação contra o sarampo durante um surto em expansão.

“Este vírus pode ter consequências graves e mortais”, disse Amy Thompson, pediatra e diretora executiva do Covenant Children’s Hospital em Lubbock, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, sobre a morte da criança em idade escolar.

Lara Johnson, diretora médica do hospital, afirmou que a “melhor maneira de conter um surto de sarampo é por meio da vacinação”.

“Tomar duas doses da vacina contra sarampo confere 97% de imunidade vitalícia”, acrescentou.

A médica disse que se formou na faculdade de medicina em 2002 e que presumiu que nunca veria um surto de sarampo, a não ser que trabalhasse fora do país. “Naquela época, estávamos confiantes de que tínhamos erradicado o sarampo dos Estados Unidos”, contou. “Obviamente, isso mudou.”

Especialistas afirmam que o crescente ceticismo em relação à vacina, impulsionado em parte pelos esforços de Kennedy ao longo dos anos para semear dúvidas sobre a segurança e eficácia das imunizações, resultou em bolsões de indivíduos não vacinados ou subvacinados, e que são terreno fértil para infecção.

Kennedy fundou o grupo antivacina Children’s Health Defense, que entrou na Justiça contra imunizações comuns, incluindo a do sarampo.

Em suas polêmicas audiências no Senado, Kennedy jurou não ser contra as inoculações. “Acredito que as vacinas desempenham um papel crítico no atendimento médico. Todos os meus filhos são vacinados”, disse.

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