Nova presidente do STM diz que Bolsonaro “usou” e prejudicou as Forças Armadas

Maria Elizabeth Rocha e Jair Bolsonaro (PL): a nova presidente do Superior Tribunal Militar (STM) afirmou que o ex-presidente comprometeu a credibilidade das Forças Armadas. Foto: Reprodução

A ministra Maria Elizabeth Rocha, eleita presidente do Superior Tribunal Militar (STM), criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que as Forças Armadas “foram usadas” pelo ex-capitão durante seu governo. A declaração foi dada na última sexta-feira (28/02), poucos dias antes de sua posse, marcada para 12 de março.

Para a magistrada, o ex-chefe do Executivo utilizou os militares como apoio político por não contar com uma base parlamentar sólida para indicar aos cargos de alto escalão, o que acabou comprometendo a credibilidade da instituição.

“Por ter vindo da caserna, as pessoas de sua confiança eram os militares – para além daquele velho pensamento de que os militares seriam os moderadores do Estado, quando a lógica deveria ser inversa: o poder civil é que deve comandar o militar”, declarou à CNN Brasil.

Ela destacou que, embora Bolsonaro tenha “se valido” das Forças Armadas, alguns militares também “se beneficiaram, e muito” do protagonismo conquistado durante seu governo. Segundo a ministra, essa relação prejudicou a imagem da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

“A Marinha, o Exército e a Aeronáutica acabaram sendo extremamente prejudicados e tiveram sua credibilidade solapada por causa de um chefe de Estado que se perdeu na condução do governo”, afirmou.

Os agrados de Bolsonaro aos militares rendem apoio
Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão com comandantes militares durante a cerimônia do Dia do Exército em 2022. Foto: Isac Nóbrega

Sobre o julgamento dos envolvidos nos atos terroristas de 8 de janeiro, a ministra considerou que algumas penas foram “muito elevadas”. No entanto, avaliou que ainda é cedo para discutir anistia aos bolsonaristas condenados.

“O Congresso Nacional pode fazê-lo, o presidente pode até indultar, se quiser. Mas me parece estranho essa discussão da anistia já agora, sendo que nem houve a conclusão de todos os julgamentos”, disse.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 371 pessoas pelos ataques aos três Poderes, que completarão dois anos na próxima quarta-feira. Entre os condenados, 225 foram identificados como executores, responsáveis pelos crimes mais graves, enquanto 146 foram classificados como incitadores.

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