“Ainda Estou Aqui” faz história e conquista o Oscar de Melhor Filme Internacional

Cena de “Ainda Estou Aqui”

Na noite mais importante do cinema mundial, o Brasil celebra uma vitória histórica.

“Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, tornando-se a primeira produção brasileira a conquistar a estatueta na categoria.

O filme, que retrata os horrores da ditadura militar brasileira sob a perspectiva de Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva, assassinado em 1971 após tortura, emocionou a plateia e consolidou seu lugar entre as grandes obras do cinema.

A vitória de “Ainda Estou Aqui” foi um dos momentos mais marcantes da noite. O filme superou os concorrentes “A Garota da Agulha”, “Emilia Pérez”, “A Semente do Figo Sagrado” e “Flow”.

Além do prêmio de Melhor Filme Internacional, a produção brasileira também esteve indicada a Melhor Atriz, com Fernanda Torres, e Melhor Filme.

A consagração de “Ainda Estou Aqui” no Oscar não é apenas um reconhecimento artístico, mas também um marco para o cinema brasileiro. Uma obra necessária e atual num país que está julgando uma tentativa de golpe de estado comandada pelo canalha Jair Bolsonaro e sua corja de pilantras.

O filme agora entra para a história como uma das grandes vitórias do país na indústria cinematográfica mundial, reafirmando a importância de revisitar o passado para compreender o presente.

A jornada de premiações do filme foi impulsionada por seu impacto no Brasil. Isabela Boscov, jornalista e crítica de cinema brasileira, disse à BBC: “O que é realmente incomum no Brasil é um filme que não seja uma comédia alcançar esse tipo de bilheteria. Isso não acontecia há muitos e muitos anos.”

Ela atribui o sucesso a uma combinação de fatores, incluindo a popularidade de Torres, a forma realista como o filme retrata o Brasil dos anos 1970 e o clima nacional, com a tentativa de golpe de Bolsonaro.

“Neste momento, o Brasil é um país muito dividido em termos de pensamento e ideologia. E acho que metade do país gostaria de enfrentar tudo o que aconteceu no passado [durante a ditadura] para evitar que se repita”, diz Isabela.

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