Braga Netto completa 80 dias preso com visitas restritas, banho de sol vigiado

O ex-ministro da Defesa do Brasil, Walter Braga Netto.. Foto: Divulgação

O general da reserva Walter Braga Netto, preso há 80 dias na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, segue sob vigilância rigorosa e com visitas restritas. Denunciado por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe no final do governo de Jair Bolsonaro, o ex-ministro tem direito a banhos de sol diários escoltados por policiais do Exército e acesso limitado a informações externas.

Segundo seu advogado, José Oliveira Lima, Braga Netto ficou indignado ao tomar conhecimento das acusações. “Ele é inocente e está inconformado por estar preso com base em uma mentira”, afirmou o criminalista. Além de Braga Netto, outros quatro militares e um policial federal estão presos preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Braga Netto, general de quatro estrelas e ex-ministro da Defesa, está detido em uma sala de Estado-Maior dentro da 1ª Divisão do Exército, onde já exerceu comando. O espaço conta com TV, banheiro exclusivo, geladeira e ar-condicionado, e a segurança do local foi reforçada desde sua chegada.

As visitas são restritas a familiares e advogados, e qualquer exceção precisa de autorização de Moraes. Em fevereiro, o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou Braga Netto, mas o encontro foi breve e protocolar. A relação entre os dois generais já não era próxima durante o governo Bolsonaro e se deteriorou com o avanço das investigações.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam que Braga Netto incentivou críticas a Tomás Paiva nas redes sociais, supostamente para pressionar militares que resistiam a aderir à trama investigada. Em uma das mensagens, ele referiu-se ao comandante como alguém que “parece até que é PT desde pequenininho” e incentivou a viralização da crítica.

General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Foto: Divulgação

As regras para visitas a militares presos tornaram-se mais rígidas após a revelação de que o tenente-coronel Mauro Cid recebeu 73 visitas em apenas 19 dias no primeiro semestre de 2023, sendo 41 delas de militares.

A restrição também se aplicou ao general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro. Após um período na Vila Militar do Rio, Fernandes foi transferido para o Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde permanece em cela semelhante, com TV, ar-condicionado e geladeira.

Em meio às restrições, Fernandes solicitou ao STF a entrada de um computador na cela para acessar arquivos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), entregues em um pen drive. O pedido, no entanto, foi negado por Moraes. Segundo seu advogado, Fernandes sente-se injustiçado, mas tem se mantido resiliente e próximo da religião.

As defesas de Braga Netto e Fernandes pediram a revogação da prisão preventiva no ano passado, mas os pedidos foram negados por Moraes nos dias 24 e 26 de dezembro. O ministro argumentou que a medida extrema é necessária para manter a ordem pública e garantir o andamento das investigações.

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