Papa Francisco respira sem máscara e está ‘estável’ após última recaída, diz Vaticano

Papa Francisco estável e respirando sem o auxílio de máscara. Foto: Divulgação

O papa Francisco acordou “estável” nesta terça-feira (4), horas depois de sofrer sua última recaída, e conseguiu trocar a máscara que o ajuda a respirar por uma cânula nasal, 19 dias após a hospitalização do jesuíta argentino de 88 anos.

Depois de dormir “a noite toda”, as primeiras informações oficiais indicaram que o pontífice “se levantou e continuou seu tratamento”. “Esta manhã a situação pode ser considerada estável, mas com um quadro [clínico] complexo”, disse uma fonte do Vaticano, acrescentando que o papa “não está fora de perigo” e seu prognóstico permanece “reservado”. O papa deve “descansar” nesta terça-feira, segundo a fonte do Vaticano.

Francisco foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, em 14 de fevereiro, sofrendo de bronquite, que evoluiu para uma pneumonia dupla. Sua condição tem passado por altos e baixos, disparando todos os alarmes.

Esta hospitalização, a quarta e mais longa desde 2021, gera preocupação pelos problemas anteriores que debilitaram a saúde de Francisco nos últimos anos: operações no cólon e abdome e dificuldades para caminhar. O pontífice, que recentemente descartou a ideia de renunciar, não fez nenhuma aparição pública desde a sua entrada no hospital. Também não foram publicadas fotos suas durante a internação, como em outras ocasiões.

No domingo (2), o papa se ausentou do tradicional Angelus pela terceira semana consecutiva, embora tenha agradecido aos fiéis pelas orações em uma mensagem escrita, e não comparecerá às celebrações da Quarta-feira de Cinzas, em 5 de março. Sua ausência nesta cerimônia, que marca o início do período de jejum da Quaresma, e suas repetidas recaídas levantam dúvidas sobre como estará na Semana Santa e na Páscoa, um dos momentos mais importantes para os católicos.

Enquanto aguardam sua primeira aparição pública, os fiéis continuam sua peregrinação até os portões do hospital, onde, aos pés da estátua de João Paulo II, rezam e acendem velas pela saúde de Francisco.

Fiéis continuam sua peregrinação até os portões do hospital, onde, aos pés da estátua de João Paulo II. Foto: Divulgação

Quadro de saúde

A última recaída do papa Francisco ocorreu na segunda-feira (3). Após dois dias em condição “estável”, ele sofreu “dois episódios de insuficiência respiratória aguda”, segundo o último boletim médico divulgado pelo Vaticano à noite. A crise foi causada por um “acúmulo significativo” de muco nos brônquios, que os médicos aspiraram com duas “broncoscopias”, segundo os detalhes divulgados.

O pontífice também sofreu um novo broncoespasmo — uma contração dos músculos que revestem os brônquios — causando dificuldades respiratórias. Um broncoespasmo também causou a segunda crise três dias antes. Sua crise respiratória mais grave ocorreu em 22 de fevereiro, quando ele também precisou de uma transfusão de sangue.

Publicado originalmente em Brasil de Fato

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