Com ‘boa conduta carcerária’, Cristian Cravinhos obtém progressão ao regime aberto e deixa cadeia

Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, obteve a progressão ao regime aberto e deixou a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, na noite de quarta-feira (5). Apesar de um parecer contrário à soltura feito pelo Ministério Público, a Justiça considerou que ele teve uma “boa conduta carcerária” e o liberou para cumprir o restante da pena em liberdade. Apesar disso, terá que seguir uma série de restrições.

O pedido de progressão ao regime aberto foi aceito pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté. Na decisão, a magistrada destacou que o condenado cumpriu o lapso legal para a concessão do benefício, teve um bom comportamento na cadeia e, além disso, obteve um parecer favorável em uma avaliação psicológica.

“Além disso, foi submetido a exame criminológico e a equipe multidisciplinar que, por unanimidade, opinou pelo deferimento do pleito. Outrossim, as objeções apresentadas pelo Ministério Público não são aptas a justificar decisão desfavorável, já que ilações subjetivas a respeito da personalidade do apenado, isoladas no contexto, não se afiguram aptas a ensejarem negativa de direitos garantidos pela Lei de Execução Penal”, argumentou a magistrada.

Sueli destacou também que “o apenado usufruiu de diversas saídas temporárias ao longo do cumprimento da pena, tendo sempre retornado ao estabelecimento prisional, sem notícia de intercorrências negativas, o que evidencia mérito e aptidão para iniciar regime prisional mais brando”.

Apesar da concessão da liberdade, a juíza determinou que Cristian cumpra algumas medidas restritivas, como não sair de casa entre 22h e 6h, além de não frequentar bares e casas de jogos. Ele também terá que se apresentar a cada três meses à Vara de Execuções Criminais para informar sobre suas atividades e não poderá mudar de endereço sem a devida comunicação.

Outra exigência é que ele apresente uma ocupação lícita, sendo que deverá sair para o trabalho às 6h da manhã, devendo recolher-se na habitação até 22h, bem como em finais de semana e feriados.

Caso descumpra algumas das medidas acima, Cristian poderá ser preso novamente. No entanto, a defesa dele ressaltou que o condenado “continuará cumprindo com as regras e determinações que foram estabelecidas pela juíza”.

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Pedido de liberdade

Cristian Cravinhos buscava a progressão ao regime aberto desde o ano passado, sendo que cumpriu em setembro de 2023 o período necessário para tal mudança.

Em agosto passado, Cristian obteve um parecer favorável em um exame criminológico, no qual foi avaliado por psicólogo, psiquiatra e assistente social.

O relatório psicológico cita que Cristian “manifestou arrependimento, demostrou empatia com sofrimento familiar provocado por seus atos”. Além disso, o parecer social destacou que, caso obtivesse a liberdade, o detento tinha planos futuros, como trabalhar como designer e preparador de motos de corrida. Além disso, ele afirmava que iria morar com a mãe e que queria cuidar da filha.

Na avaliação geral, os profissionais concluíram que Cristian possui “ótima avaliação laboral e bom comportamento carcerário”, sendo que todos deram aval à progressão de pena.

No último pedido, Cristian destacou que recebeu uma proposta de emprego em uma gráfica, na Zona Sul de São Paulo, em horário comercial.

Condenação

Condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, Cristian era o único sentenciado pelo caso que seguia preso. Suzane Richtofen e o irmão dele, Daniel, já cumprem suas penas em regime aberto.

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas se envolveu em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais. Desde então, ele seguia em Tremembé.

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