As possíveis medidas em discussão pelo governo para frear a inflação dos alimentos

Pão de açúcar supermercado loja varejo

Com a inflação dos alimentos pesando no bolso do consumidor, o governo e as associações do setor têm se engajado em debates para discutir possíveis medidas para conter sua alta.

Inclusive, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anuncia nesta quinta medidas de enfrentamento à inflação de alimentos.

Nesse contexto, a XP classificou em relatório as medidas de curto prazo em dois grupos: (i) redução da tributação (sobre fertilizantes, itens essenciais e/ou embalagens) ou (ii) restrições às exportações (por meio de tributação ou cotas).

O setor agro também propôs outras medidas de médio prazo, principalmente relacionadas ao acesso ao crédito e custos de produção (frete, armazenamento, combustível etc.).

A inflação alimentar subiu consistentemente em 2024, encerrando o ano em 8%, à frente da inflação geral (IPCA em 4,8%). “Como os alimentos são uma das categorias mais básicas (se não a mais básica), tal aumento já foi percebido pelos consumidores, com pesquisas realizadas pela Bain e Genial/Quaest destacando que a maioria dos entrevistados (70% a 90%, respectivamente) notou que os alimentos se tornaram mais caros”, comenta a XP.

A XP tem uma perspectiva mais cautelosa para a dinâmica de consumo em 2025, que já está sendo sinalizada pelos varejistas nas teleconferências de resultados do 4T24. No varejo alimentar, a instituição financeira espera que os volumes permaneçam pressionados devido à crescente inflação alimentar e ao poder de compra limitado.

Com base nas informações recentes, a XP avalia que a redução da tributação parece ser a alternativa mais provável, embora acredite que isso não teria um efeito material nos resultados das varejistas, dado o espaço limitado do governo para flexibilizar as receitas fiscais.

Além disso, a XP vê a potencial redução ou eliminação da taxa dos vales-refeição como uma medida que poderia ter um impacto positivo para os varejistas alimentares, embora tenha notado menos notícias sobre esse tema recentemente.

Por fim, a analistas comentam que notícias recentes mencionam que restrições às exportações e congelamento de preços estão fora de questão.

Inflação dos alimentos e empresas da Bolsa

O alto preço dos alimentos é um ponto importante na tese de investimentos para as empresas de supermercados e atacarejo.

Em relatório em que revisou o setor, o JPMorgan ressaltou sua preferência relativa pelo no Grupo Mateus (GMAT3), com recomendação neutra.

Para o banco, não há sinais materiais de melhora nos fundamentos de curto prazo. A inflação elevada dos alimentos continua pressionando o volume para baixo, enquanto a inflação geral segue em alta. “A expectativa é de que a diferença entre a inflação dos alimentos e a inflação geral se reduza, à medida que a primeira desacelera mais rapidamente, eliminando assim os ventos favoráveis de crescimento nas vendas mesmas lojas (SSS) e na alavancagem operacional”, comenta.

Além disso, o Carrefour Brasil (CRFB3), com recomendação neutra, está fora do espectro de negociação, exceto por operações de arbitragem, devido à sua provável saída da bolsa. Diante disso, negociando a 9 vezes o lucro estimado para 2025 (Preço/Lucro), com desconto em relação aos pares, a estratégia relativa favorece uma posição comprada em Grupo Mateus, dado seu balanço superior e melhores perspectivas de crescimento.

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