Esqueceram o que aconteceu com Napoleão, diz Putin após pronunciamento de Macron

A Rússia buscará um acordo de paz na Ucrânia que proteja sua própria segurança a longo prazo e não recuará dos ganhos que obteve no conflito, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira em comentários a parentes de soldados mortos no conflito.

Putin também deu uma alfinetada indireta no presidente francês, Emmanuel Macron, dizendo que os líderes ocidentais não deveriam subestimar o povo russo e deveriam ter em mente o destino de Napoleão Bonaparte, cuja invasão da Rússia em 1812 terminou em desastre.

“Precisamos escolher por nós mesmos uma opção de paz que nos sirva e que garanta a paz para nosso país a longo prazo”, disse Putin a um grupo de mulheres russas que perderam entes queridos durante a guerra de três anos na Ucrânia.

Perguntado pela mãe de um soldado morto se a Rússia iria se retirar, Putin disse que não pretendia fazer isso. Atualmente, a Rússia controla pouco menos de um quinto da Ucrânia — ou cerca de 113 mil quilômetros quadrados.

Em alguns momentos da reunião, algumas mulheres enxugaram as lágrimas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, alterou a política ocidental sobre a guerra na Ucrânia, abrindo conversações bilaterais com Moscou e interrompendo a ajuda militar a Kiev depois de entrar em atrito com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na Casa Branca na semana passada.

A Reuters informou em novembro que Putin estava aberto a discutir um acordo de paz com Trump sobre a Ucrânia, mas descartou quaisquer concessões territoriais importantes e insistiu que Kiev abandonasse as ambições de se juntar à Otan.

Em comentários feitos no verão passado, definindo seus termos para o fim da guerra, Putin também disse que a Ucrânia deve retirar todas as suas forças de todo o território de quatro regiões ucranianas reivindicadas e parcialmente controladas pela Rússia.

“Micron”

A mudança drástica da política norte-americana de Trump em relação à Ucrânia aumentou as esperanças de negociações de paz, mas também alarmou os aliados europeus de Washington que, nesta semana, reafirmaram seu apoio ao governo ucraniano.

Macron, da França, irritou Moscou na quarta-feira, quando disse em um discurso à nação que a Rússia era uma ameaça à Europa.

Macron disse que o governo francês poderia discutir a extensão de seu guarda-chuva nuclear para os aliados e que ele realizaria uma reunião de chefes do Exército de países europeus dispostos a enviar tropas de manutenção da paz para a Ucrânia após qualquer acordo de paz.

A Rússia zombou de Macron, chamando-o de “Micron”. Desenhos animados russos o retratam como o imperador francês Napoleão, caminhando para a derrota na Rússia em 1812.

“Ainda há pessoas que querem voltar à época de Napoleão, elas se esquecem de como isso terminou”, disse Putin nesta quinta-feira, sem mencionar Macron pelo nome.

“Todos os erros de nossos inimigos e oponentes começaram com isso: subestimar o caráter do povo russo e dos representantes da cultura russa em geral”, acrescentou Putin.

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