Câncer de pâncreas: conheça os sintomas da doença de Tony Bellotto, do Titãs

O guitarrista dos Titãs, Tony Bellotto, revelou na última segunda-feira (3) que foi diagnosticado com câncer de pâncreas. 

O músico disse, em postagem em rede social, que descobriu a doença durante um exame de rotina e passará por cirurgia nos próximos dias. 

Ele também informou aos fãs que vai ficar afastado dos palcos para se dedicar ao tratamento, mas que a agenda dos Titãs permanece.

O que é o câncer de pâncreas?

O pâncreas é um órgão localizado na região abdominal, que age na digestão e na regulação do açúcar no sangue, pois produz insulina.

O câncer de pâncreas está entre os mais letais no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O principal motivo é a dificuldade de diagnóstico precoce, já que os sintomas costumam surgir em estágios mais avançados.

O médico oncologista Pedro Uson, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o câncer mencionado é o adenocarcinoma de pâncreas, já que existem outros tipos de tumores no órgão, como os neuroendócrinos e sarcoma.

Segundo ele, “o tumor mais comum que acontece no pâncreas é o adenocarcinoma carcinoma que vem das glândulas exócrinas do pâncreas.”

Como a doença se manifesta?

O adenocarcinoma ductal é um tumor agressivo e de difícil detecção precoce. Uson ressalta que é um tumor bastante desafiador.

No caso do guitarrista dos Titãs, a descoberta foi por meio de exames de rotina.

Os sintomas mais comuns incluem:

• Perda de peso sem explicação
• Falta de apetite
• Fraqueza
• Dor abdominal
• Pele e olhos amarelados (icterícia)
• Urina escura

O especialista também alerta que há alguns pacientes com perda de peso bastante pronunciada.

“Quando isso acontece, o paciente busca atendimento e com exames de imagem diagnostica doença no pâncreas e não raramente esse paciente já apresenta metástases no fígado ou em outros locais”, comentou.

Além disso, um sinal de alerta pode ser o desenvolvimento de diabetes sem explicação. “Não que toda diabetes seja relacionada ao câncer de pâncreas, mas uma diabetes de início recente, de início agudo, pode ser um sintoma também”, explica Uson.

Fatores de risco e prevenção

O risco de desenvolver câncer de pâncreas aumenta com a idade, sendo mais comum após os 60 anos.

O oncologista pontua fatores como tabagismo, sobrepeso e pancreatite crônica como principais contribuidores para o desenvolvimento do câncer de pâncreas. “

Além de cigarro e álcool, uma dieta pobre em verduras, legumes, frutas e vegetais e rica em carne vermelha também colabora para o quadro, segundo Uson.

Além disso, o especialista destaca que há quem tenha risco hereditário ao câncer de pâncreas, “que acontece em ordem de 10 a 15% com síndromes hereditárias, por exemplo, do BRCA ou da síndrome de Lynch”.

Para reduzir as chances de desenvolver a doença, especialistas recomendam a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle do peso.

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Tratamento e desafios

A cirurgia pode ser uma alternativa quando o tumor é localizado. “Se a doença é localizada, a cirurgia é realizada e tem uma alta chance de controlar a doença e o paciente se curar”, afirma Uson.

Já em caso de metástase, ou seja, em que o câncer já se espalhou, o tratamento pode incluir quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia.

O oncologista também destaca a importância da personalização do tratamento com base no perfil genético do paciente.

“Uma outra coisa importante é saber se o paciente tem risco genético, porque tem remédios direcionados para pacientes que têm alterações genômicas, como por exemplo BRCA, um desses remédios se chama Olaparib”, disse.

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