Mulheres tomam ruas pelo mundo para exigir direitos e igualdade; veja imagens

No Dia Internacional da Mulher, manifestações tomaram as ruas de diversas cidades do Brasil e do mundo para reivindicar direitos, denunciar retrocessos e reforçar a luta pela igualdade de gênero. No Brasil, os protestos se concentraram na defesa do direito ao aborto e na luta contra o feminicídio, enquanto outros países da América Latina abordaram pautas locais urgentes.

Brasil

Em diversas capitais brasileiras, com destaque para São Paulo, manifestantes se reuniram para protestar contra propostas que visam restringir ainda mais o já limitado direito ao aborto no país. Movimentos feministas destacaram que a criminalização do aborto impacta, sobretudo, mulheres pobres e negras, reforçando desigualdades estruturais. O tema ganhou ainda mais força após o Congresso debater, em 2024, um projeto para equiparar abortos tardios a homicídios, que gerou ampla mobilização e foi temporariamente arquivado. Além disso, houve forte presença de cartazes e discursos contra o feminicídio, um crime que segue em alta no Brasil.

Uma mulher segura uma placa com os dizeres “Inimigas das mulheres, sentença” enquanto participa de uma marcha para marcar o Dia Internacional da Mulher em São Paulo, Brasil, em 8 de março de 2025. REUTERS/Amanda Perobelli
Mulheres participam de uma marcha para marcar o Dia Internacional da Mulher em São Paulo, Brasil, em 8 de março de 2025. REUTERS/Amanda Perobelli
Mulheres participam de uma marcha para marcar o Dia Internacional da Mulher em São Paulo, Brasil, em 8 de março de 2025. REUTERS/Amanda Perobelli

Argentina

Na Argentina, os atos foram marcados por protestos contra políticas de austeridade que afetam diretamente mulheres e trabalhadoras. Sindicatos femininos denunciaram cortes em programas sociais e previdenciários que prejudicam mães solo e trabalhadoras informais. Além disso, houve forte presença de grupos que reivindicam a manutenção das políticas de equidade de gênero ameaçadas pelo governo atual.

Mulheres participam de uma marcha durante o Dia Internacional da Mulher em Buenos Aires, Argentina, 8 de março de 2025. REUTERS/Mariana Nedelcu

México

No México, comunidades indígenas ressaltaram a luta contra o machismo e a discriminação de gênero dentro dos próprios povos originários. Trabalhadoras sexuais também participaram dos atos em Puebla, exigindo o reconhecimento de seus direitos e melhores condições de trabalho. A presidente Claudia Sheinbaum reafirmou seu compromisso com reformas para combater a violência de gênero.

Manifestantes segurando cartazes e faixas participam de um protesto para marcar o Dia Internacional da Mulher na Cidade do México, México, 8 de março de 2025. REUTERS/Mahe Elipe

Chile

Em Santiago, milhares de mulheres marcharam exigindo que o governo priorize políticas de equidade de gênero, incluindo o debate sobre o aborto legal. A mobilização criticou a falta de avanços em questões como direitos reprodutivos, previdência e moradia digna.

Women hold signs during a march to mark International Women’s Day, in Santiago, Chile March 8, 2025. REUTERS/Vanessa Rubilar

Colômbia

Os atos na Colômbia tiveram como foco o aumento da violência contra mulheres e feminicídios, que cresceram nos últimos anos. Além disso, manifestantes protestaram contra a violência política sofrida por mulheres em cargos públicos, cobrando maior proteção e punição para casos de ameaças e assédio.

Women hold a protest to mark International Women’s Day in Bogota, Colombia March 8, 2025. REUTERS/Luisa Gonzalez

Venezuela

Na Venezuela, grupos feministas pediram melhores salários e infraestrutura de apoio para vítimas de violência doméstica. Manifestantes criticaram o governo por negligenciar políticas de proteção às mulheres, especialmente em meio à crise econômica.

Women participate in a demonstration to mark International Women’s Day, in Caracas, Venezuela March 8, 2025. REUTERS/Gaby Oraa

Estados Unidos

Em Nova York, milhares de pessoas foram às ruas neste 8 de março para participar dos atos organizados pelo movimento Women’s March. A mobilização deste ano teve um tom de resistência diante da nova administração de Donald Trump, com manifestantes denunciando políticas que, segundo ativistas, representam retrocessos nos direitos das mulheres. Além das tradicionais passeatas, em que manifestantes levantarem cartazes contra Elon Musk, houve discursos em pontos icônicos da cidade e projeções de mensagens feministas em edifícios históricos.

Pessoas participam de uma marcha e manifestação do Dia Internacional da Mulher “Unite and Resist” em frente à loja da Tesla na cidade de Nova York, EUA, em 8 de março de 2025. REUTERS/Jeenah Moon
Pessoas participam de uma marcha e manifestação do Dia Internacional da Mulher “Unite and Resist” em frente à loja da Tesla na cidade de Nova York, EUA, em 8 de março de 2025. REUTERS/Jeenah Moon

Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido

Na Europa, as marchas foram marcadas por protestos contra violência sexual e desigualdade salarial. Em Madrid, manifestantes lembraram o caso de Gisèle Pelicot, que foi drogada e violentada por anos pelo ex-marido. Em Paris, Berlim e Varsóvia, grupos feministas pressionaram governos por leis mais rígidas contra crimes de gênero.

Pessoas participam de uma manifestação para marcar o Dia Internacional da Mulher em Madri, Espanha, 8 de março de 2025. REUTERS/Susana Vera
Pessoas participam de uma manifestação para pedir igualdade de gênero e exigir o fim da violência contra as mulheres para marcar o Dia Internacional da Mulher em Paris, França, 8 de março de 2025. REUTERS/Gonzalo Fuentes
Pessoas participam de um protesto para marcar o Dia Internacional da Mulher em Roma, Itália, 8 de março de 2025. REUTERS/Yara Nardi
Pessoas seguram cartazes durante uma manifestação para marcar o Dia Internacional da Mulher, em Berlim, Alemanha, 8 de março de 2025. REUTERS/Annegret Hilse
Pessoas participam da marcha Million Women Rise, durante o Dia Internacional da Mulher em Londres, Grã-Bretanha, 8 de março de 2025. REUTERS/Hannah McKay

Turquia

Na Turquia, manifestantes criticaram as políticas do presidente Recep Tayyip Erdoğan, que declarou 2025 como o “Ano da Família”, o que foi visto como um retrocesso nos direitos das mulheres. Protestos também denunciaram o aumento da violência doméstica no país.

Pessoas marcham para marcar o Dia Internacional da Mulher no centro de Istambul, Turquia, em 8 de março de 2025. REUTERS/Dilara Senkaya

Nigéria e África

Em Lagos, na Nigéria, milhares de mulheres vestiram roxo, cor do movimento feminista, e celebraram a luta pelos direitos das mulheres. As manifestações na África foram voltadas para o combate à violência e ao casamento infantil.

Mulheres cantam e dançam durante a celebração do Dia Internacional da Mulher no Estádio Mobolaji Johnson em Lagos, Nigéria, sexta-feira, 7 de março de 2025. (AP Photo/Sunday Alamba)

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