Trump cogita recessão nos EUA e derruba bolsas de valores em Nova York e SP

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Tom Brenner/Reuters

As bolsas de valores de Nova York e a B3, em São Paulo, registraram quedas significativas nesta segunda-feira (10), após declarações do presidente estadunidense Donald Trump sobre a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos em 2025.

Em entrevista ao canal Fox News, divulgada no domingo, Trump evitou prever se o país enfrentará uma desaceleração econômica, afirmando: “Detesto fazer previsões como essas”. A falta de clareza sobre o cenário econômico alimentou temores entre investidores, que migraram para ativos considerados mais seguros, como o dólar.

Por volta das 14h, o índice Dow Jones Industrial Average caía 1,42%, enquanto o S&P 500 registrava queda de 2,48%. O Nasdaq Composite, que reúne empresas de tecnologia, teve a maior queda, com 3,99%.

Entre as ações mais afetadas, a Nvidia perdia 5,22%, a Meta (antigo Facebook) caía 5,42%, e a Amazon.com recuava 3,43%. No Brasil, o Ibovespa fechou o dia com queda de 0,48%, aos 124.448 pontos, enquanto o dólar comercial subia 0,44%, cotado a R$ 5,815.

Musk assumiu um posto estratégico no governo Trump nos EUA. Foto: reprodução

As declarações de Trump aumentaram a preocupação com uma possível guerra comercial e seus impactos na economia global. O presidente não descartou ampliar as taxações ainda em 2025, atribuindo-os a uma “transição necessária” decorrente de sua estratégia de tarifas sobre importações, como as do aço, e cortes de gastos públicos. Além disso, as demissões no setor público anunciadas por Elon Musk, assessor bilionário de Trump, geraram ainda mais incertezas.

A inflação nos Estados Unidos é um fator preocupante para o mercado global, pois o aumento dos preços pode levar a elevações nas taxas de juros, impactando negativamente as empresas, que teriam custos mais altos para financiar seu crescimento. Com isso, muitos investidores migram de ações para títulos do Tesouro Americano, buscando segurança em meio à volatilidade.

As previsões de recessão ganharam força após o Federal Reserve (Fed) de Atlanta estimar uma contração de 2,4% no PIB dos EUA no primeiro trimestre de 2025. Se confirmada, seria a pior queda desde o auge da pandemia de covid-19.

Para Christopher Galvão, analista da Nord Investimentos, as declarações de Trump e os dados econômicos recentes acenderam um sinal de alerta entre os investidores.

“Mas até o momento, no geral, o que temos são sinais de uma economia forte nos EUA, uma inflação pressionada. Entretanto, há sim uma necessidade de acompanhamento em relação às tarifas de importação e também à política de imigração, que também impacta a economia americana”, afirmou em entrevista ao Uol.

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