Tarifaço de Trump sobre aço e alumínio começa a ser aplicado hoje no Brasil

"Essencialmente, estamos impondo uma tarifa de 25%, sem exceção, sobre todo o alumínio e todo o aço, e isso significará a abertura de muitas empresas nos Estados Unidos", disse Trump na segunda-feira ao assinar as medidas no Salão Oval (Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/ Getty Images)
Donald Trump: entraram em vigor nesta quarta-feira (12) as tarifas de 25% sobre aço e alumínio anunciadas pelo presidente dos EUA. Foto: Reprodução

A cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos entrou em vigor nesta quarta-feira (12), um mês após a assinatura do decreto pelo presidente Donald Trump.

A medida impacta diretamente o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México, além do Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para os norte-americanos.

Especialistas apontam que o principal efeito da medida será a redução das exportações para os EUA, afetando a indústria brasileira, conforme informações do G1. O setor siderúrgico terá de buscar novos mercados ou, no longo prazo, reduzir a produção.

As empresas instaladas no Brasil sentirão os impactos de formas distintas. As companhias mais voltadas para exportação podem sofrer com a queda no volume exportado, enquanto aquelas mais focadas no mercado interno devem lidar com o aumento da oferta nacional, o que pode pressionar os preços e reduzir as margens de lucro.

Os impactos para o Brasil

O Brasil exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA em 2024, um volume recorde, tornando-se o segundo maior fornecedor do país, atrás apenas do Canadá (6 milhões de toneladas) e à frente do México (3,2 milhões de toneladas).

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA. Foto: Reprodução

Atualmente, cerca de 25% do aço consumido pelas indústrias americanas é importado, enquanto no setor de alumínio, esse número chega a 50%, com o Canadá como principal exportador.

O Brasil tem uma participação menor nesse mercado, mas ainda relevante, exportando US$ 267 milhões em alumínio para os EUA em 2024, representando quase 17% de sua produção enviada ao exterior.

“Brasil e Canadá serão os países mais afetados em termos de exportação. O que tende a ocorrer é um efeito de diminuição de importações [pelos EUA] desses países, sobretudo de aço, no curto e no médio prazo”, afirma José Luiz Pimenta, especialista em comércio internacional e diretor da BMJ Consultoria.

Além das tarifas sobre aço e alumínio, Trump anunciou que pretende aumentar impostos sobre outros produtos, como etanol, argumentando que algumas taxas aplicadas por outros países são superiores às dos EUA.

O Brasil defende que suas exportações não representam ameaça à indústria americana, pois as economias dos dois países são complementares. Além disso, especialistas apontam que as próprias empresas americanas pagarão mais caro pela nova taxação, já que dependem de insumos siderúrgicos para a produção.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.