“Dor econômica”: Trump abandona promessa e afeta US$ 150 bilhões em comércio com novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou parcialmente de seu discurso de campanha e admitiu que suas medidas podem trazer impactos negativos no curto prazo, afetando o poder de compra dos consumidores e a competitividade das empresas americanas. Com informações do colunista Jamil Chade, do UOL.

Nesta quarta-feira (12), começa a valer o primeiro tarifaço imposto por Trump. A partir de hoje, os EUA passam a cobrar 25% de imposto sobre todo o aço importado e 10% sobre o alumínio.

O governo justificou a medida com o argumento de uma suposta ameaça à segurança nacional. No entanto, a ordem assinada por Trump atinge uma grande variedade de produtos que utilizam esses metais. O impacto pode chegar a US$ 150 bilhões em fluxo de comércio. Quase 300 itens, incluindo peças automotivas, eletrônicos e móveis, estão sujeitos às novas taxas.

“Dor econômica”

Nos últimos dias, Trump já vinha preparando a população americana para um possível aumento de preços, contrariando promessas de campanha de que reduziria a inflação e fortaleceria o poder de compra da população. Agora, ele reconhece que haverá um período de “dor” econômica e não descarta uma recessão, alegando que os Estados Unidos precisarão de uma fase de “transição” para “voltarem a ser ricos”.

A decisão também gerou tensão com parceiros comerciais. Brasil, Canadá, México, Japão e Coreia do Sul estão entre os mais afetados, e alguns desses países já sinalizaram possíveis retaliações.

Internamente, a principal preocupação é o impacto sobre os custos de setores como a indústria automobilística, a construção civil e a produção de bebidas, que dependem do aço e do alumínio. O anúncio das tarifas provocou quedas expressivas nos mercados financeiros nos últimos dias.

Para aumentar ainda mais a pressão sobre a Casa Branca, novos dados sobre a inflação nos EUA serão divulgados nesta quarta-feira. Caso os números mostrem alta nos preços, Trump enfrentará críticas ainda mais duras, especialmente por ter prometido que sua gestão fortaleceria o poder de compra da população.

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