A história por trás da frase de Maradona em defesa dos aposentados da Argentina

Diego Armando Maradona ao manifestar apoio aos aposentados em 1992, durante o governo Menem. Reprodução

Aposentados e torcedores de diversos clubes de futebol protestaram nesta quarta-feira em frente ao Congresso Nacional da Argentina para exigir a recomposição de suas aposentadorias e melhores condições de vida.

Com a adesão massiva do mundo do futebol à mobilização, uma frase icônica de Diego Armando Maradona voltou a ganhar destaque: “Tem que ser muito covarde para não defender os aposentados. Estou com eles até a morte. O que fazem com eles é uma vergonha”, disse o craque em 1992.

A declaração de Maradona ficou marcada na memória dos argentinos e foi feita no dia 14 de outubro daquele ano, quando um grupo de aposentados protestava contra uma decisão do governo de Carlos Menem.

O então presidente havia vetado um artigo que destinava recursos da privatização da YPF para aumentar os benefícios previdenciários.

Naquele momento, Maradona havia voltado de Sevilha, onde jogava, para cumprir exigências judiciais impostas pela magistrada Amelia Berraz de Vidal, que acompanhava seu caso após uma detenção em 1991.

Ao sair do tribunal, Maradona se deparou com a manifestação dos aposentados, que protestavam contra o veto do Executivo. Em meio ao clima tenso, um homem o confrontou, e ele respondeu de imediato: “Eu defendo os aposentados, como não defenderia?”.

Pouco depois, no tumulto, perdeu seu boné e chegou a se desentender fisicamente com um desconhecido.

Anos mais tarde, Maradona reafirmou suas críticas ao modelo econômico do governo Menem. “Cavallo chorava pelos aposentados e depois foi o primeiro a cortar os reajustes”, disse, referindo-se ao então ministro da Economia. Embora sua relação com Menem tenha tido altos e baixos, suas críticas ao projeto econômico se intensificaram com o tempo.

Nas últimas semanas, os protestos dos aposentados — que ocorrem todas as quartas-feiras em frente ao anexo do Congresso — foram reprimidos com violência pelas forças de segurança sob comando de Patricia Bullrich. Em um dos atos, um dos manifestantes mais agredidos foi Carlos, de 75 anos, torcedor do Chacarita, que sofreu golpes de cassetete e teve uma fratura no punho.

Na semana seguinte, a torcida do Chacarita se uniu à mobilização para defender Carlos. A polícia lançou gás lacrimogêneo, mas evitou o confronto físico.

Nesta quarta-feira, ao menos 20 torcidas estiveram no protesto dos aposentados, organizando-se por meio das redes sociais. Entre os grupos que se somaram ao ato estão torcedores de Los Andes, Nueva Chicago, Tigre, River Plate, Boca Juniors, Argentinos Juniors, Gimnasia y Esgrima La Plata, Atlanta, Ferro, Lanús, Almirante Brown, All Boys, Independiente, Racing, Tristán Suárez, Estudiantes de Buenos Aires, Rosario Central e Newell’s Old Boys, entre outros.

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