Medo: aliados de Bolsonaro esperam ato por anistia esvaziado em Copacabana

O pastor bolsonarista Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ato golpista. Foto: Reprodução

O risco de um ato esvaziado no Rio de Janeiro tem deixado membros do Partido Liberal, e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, temerosos. A manifestação, marcada para o dia 16 de março, tem como pauta principal a defesa de um projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. No entanto, parlamentares do partido temem que o evento não reúna as 400 mil pessoas esperadas, o que poderia prejudicar a narrativa de que a anistia tem amplo apoio popular.

A escolha pelo Rio, em vez de São Paulo, uma região com população amplamente maior, se deve ao fato de que o evento na capital paulista está sendo organizado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), de quem o núcleo mais próximo do bolsonarismo prefere manter distância.

No entanto, três fatores preocupam os organizadores do ato no Rio: o espaço amplo da Praia de Copacabana, que dificulta a impressão de lotação; o calor intenso na cidade; e a memória do ato do ano passado, considerado mais vazio que o esperado.

Parlamentares do PL avaliam que a Avenida Paulista, em São Paulo, seria um local mais adequado para uma manifestação de impacto. A via paulistana receberá um ato semelhante em abril, com foco na bandeira da anistia.

Enquanto isso, o Partido Liberal e outras siglas de oposição articulam uma estratégia para garantir maior adesão ao projeto de anistia. A proposta original, que previa anistia total aos acusados pelos atos de 8 de janeiro, deve ser ajustada para conceder perdão apenas a parte dos crimes, como associação criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. A ideia é atrair o apoio do Centrão e parte da população, que vê com ressalvas a anistia total.

Ato bolsonarista esvaziado na Avenida Paulista. Foto: reprodução

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é um dos principais defensores da anistia parcial. A proposta busca equilibrar a pressão da base bolsonarista, que defende a liberação dos presos, com a necessidade de não alienar aliados mais moderados. O PL também planeja manifestações em outras capitais do país para ampliar o apoio à causa.

Além do pessimismo quanto ao ato nas ruas, a defesa de Bolsonaro tem uma postura ainda mais temerosa sobre o processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Familiares e advogados do ex-presidente estão não acreditam que aos pedidos apresentados ao STF, como a anulação da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o envio do julgamento ao plenário da Corte. Integrantes da defesa admitem, nos bastidores, que as chances de sucesso são praticamente nulas.

A esperança da defesa é que o julgamento se estenda até 2026, ano eleitoral, o que poderia evitar uma eventual prisão de Bolsonaro. No entanto, ministros do STF têm reiterado que os condenados devem cumprir pena após trânsito em julgado, o que aumenta a pressão sobre o ex-presidente e sua base aliada.

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