‘Tribunal do crime’ sentencia homem à morte por furto de ferramenta

foragidos tribunal do crime

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Informações sobre o paradeiro dos suspeitos do ‘tribunal do crime’ podem ser repassadas, de forma anônima e sigilosa, pelo número 181 (foto: Divulgação/PCMG)

Uma espécie de “tribunal do crime” ligado a uma facção criminosa foi responsável pelo brutal homicídio de um homem, de 39 anos, encontrado morto dentro de um carro de aplicativo, em 30 de maio do ano passado, no Bairro Marumbi, Zona Leste de Juiz de Fora. Por causa do suposto furto de uma ferramenta, a vítima foi torturada e espancada até a morte, conforme revelaram as investigações. Segundo a Polícia Civil, a prática violenta conhecida como “tribunal do crime” costuma ser utilizada por organizações criminosas para punir, torturar e até executar aqueles que supostamente infringem regras impostas pelo tráfico de drogas na região.

A PC divulgou os nomes e as fotos dos suspeitos do crime, contra os quais foram expedidos mandados de prisão preventiva. Taianara Guaraciaba Gomes, 30, é apontada como a proprietária da ferramenta furtada, que teria motivado o julgamento da vítima pelo grupo criminoso. Já Jonathan Fernandes da Silva, 31, seria um dos líderes do tráfico de drogas na região e o principal responsável pelo “tribunal do crime”, que resultou na morte da vítima. Os dois são considerados foragidos da Justiça.

“A divulgação das imagens dos foragidos é necessária para atender ao interesse da sociedade e contribuir para a localização deles. A Polícia Civil solicita a colaboração da comunidade, e qualquer informação sobre o paradeiro dos suspeitos ou de outras pessoas que possam ter participado do crime pode ser repassada, de forma anônima e sigilosa, por meio do Disque-Denúncia Unificado (DDU-181)”, destacou a delegada Bianca Mondaini, que coordenou as investigações.

De acordo com ela, a organização criminosa responsável pelo assassinato tem forte atuação na região. “Eles utilizam de extrema violência para controlar a comunidade local. Relatos de moradores indicam que os suspeitos têm envolvimento direto com o tráfico de drogas, homicídios e porte ilegal de armas, utilizando métodos de tortura para impor suas regras e eliminar aqueles que consideram desafetos.”

Entenda o homicídio praticado pelo ‘tribunal do crime’

O homem de 39 anos foi encontrado sem vida dentro de um veículo de aplicativo no Marumbi. A causa da morte inicialmente havia sido reportada como queda, mas foi confirmada como agressão. As apurações realizadas pelas equipes da 5ª e 6ª Delegacias de Polícia Civil de Juiz de Fora indicaram que a vítima teria sido acusada de furtar uma ferramenta elétrica de um dos integrantes do grupo criminoso, resultando em sua sentença pelo “tribunal do crime” de espancamento e morte. O líder do grupo, já identificado, ainda teria ameaçado matar a esposa da vítima, exigindo que ela entregasse a ferramenta furtada, enquanto afirmava que ficaria com a filha dela como forma de represália.

No dia do crime, segundo a polícia, o homem foi levado a um ponto de referência do tráfico de drogas no Bairro Progresso, também na Zona Leste, “onde foi cercado e agredido com sucessivas pancadas por alguns indivíduos, entre homens e mulheres, que utilizaram bastões e outros objetos contundentes”. Conforme a delegada Bianca, após a tortura, a vítima foi colocada em um veículo de aplicativo, já bastante debilitada e com lesões graves, indicando que os suspeitos assumiram o risco de sua morte. Durante o trajeto para casa, o passageiro perdeu a consciência e faleceu antes de receber atendimento médico.

A mulher e o homem suspeitos do crime foram indiciados por homicídio qualificado por emprego de tortura e por ter sido praticado mediante emboscada ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, além de concurso de pessoas.

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