A trajetória inspiradora da Açotubo: de uma pequena oficina a gigante da siderurgia

O desejo de empreender no Brasil, por mais difícil que seja o cenário, leva pessoas resilientes do zero ao topo. É o caso da empresa Açotubo, uma companhia que nasceu como uma pequena oficina no interior do País. Atualmente, ela é uma das maiores distribuidoras de produtos siderúrgicos do País.

De acordo com o executivo, a companhia completou 51 anos, em fevereiro, tendo sido fundada pela família dele que, nos primeiros anos, se viu forçada a deixar o Paraná rumo a São Paulo devido a uma forte geada que arrasou as plantações de café da região, no início da década de 1970.

“Eles eram cafeicultores e vieram para cá e fizeram de tudo antes de entrar na siderurgia”

— Bruno Bassi, CEO da Açotubo

Bruno Bassi, CEO da Açotubo, participou do último episódio do programa Do Zero ao Topo, com a apresentação de Mariana Amaro.

Episódio anterior de Zero ao topo: Special Dog: a empresa que começou “por acaso” e vai faturar R$ 2 bilhões

Depois de enfrentar adversidades climáticas e financeiras, a família decidiu tentar a sorte na capital paulista, estabelecendo-se inicialmente na Zona Leste. Sem dinheiro e com muitos desafios, os irmãos se dividiram em trabalhos diversos, como comércio e feiras livres, até que um dos tios começou a atuar como office boy em uma empresa do setor siderúrgico. A partir daí, a ideia de criar o próprio negócio começou a ganhar forma.

Açotubo: Mão na massa

A primeira sede da Açotubo foi instalada na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, em um terreno alugado de apenas 200 metros quadrados. Sem recursos para investir em infraestrutura, os fundadores se dedicaram a literalmente colocar a mão na massa.

“Meu tio mais velho conta muito a história de que ele próprio fez as prateleiras para pôr o aço, cavaram um buraco para colocar a máquina para baixo e rolar as barras pelo próprio chão, economizando ao máximo”, relembra.

Hoje, a Açotubo conta com cerca de mil colaboradores e oito filiais espalhadas pelo Brasil, comercializando tanto aço carbono quanto aço inoxidável. A empresa se consolidou como referência no setor, mantendo o espírito empreendedor e a filosofia de economia e eficiência que marcaram seu início.

Bruno Bassi, CEO da Açotubo, no programa Do Zero ao Topo

Processamento em linha

Após registrar um faturamento recorde de R$ 2,4 bilhões em 2022, impulsionado pela alta nos preços do aço durante a pandemia, a Açotubo encerrou 2024 com uma receita de aproximadamente R$ 1,9 bilhão. Apesar da queda no valor financeiro, o volume de processamento da companhia seguiu em alta, alcançando cerca de 120 mil toneladas por ano. 

Episódio de Zero ao Topo:

Grupo Tauá: a rede de hotéis que quase fechou na pandemia e vai dobrar de tamanho

O CEO destaca que a redução no faturamento está diretamente ligada à oscilação no preço do aço, que impacta toda a cadeia de distribuição.

“A gente continua com o volume crescendo, mas o faturamento não acompanha exatamente isso por conta do preço do aço. Como distribuidor, acabamos tendo que ajustar o valor na ponta de acordo com o preço de reposição, seguindo as práticas das usinas”

— Bruno Bassi, CEO da Açotubo

A companhia mantém duas unidades no exterior, uma na Colômbia e outra no Peru, especializadas na produção de sistemas de ancoragem, sob a marca Incotep. Mesmo com o cenário desafiador, a Açotubo segue firme na estratégia de capilarizar sua atuação no mercado nacional e atender tanto grandes indústrias multinacionais quanto pequenos consumidores que compram barras e tubos diretamente nas unidades da empresa. 

Concorrência asiática

O ano de 2024 foi especialmente complicado para o setor siderúrgico brasileiro devido ao aumento da concorrência asiática. A chegada de produtos importados, sobretudo de países como a China, pressionou os preços para baixo e gerou uma competição considerada desleal pelo mercado nacional.

O governo chegou a impor algumas cotas para frear a entrada desses produtos, mas, segundo Bassi, os efeitos ainda não foram suficientes para equilibrar a situação. 

Tarifas de Trump

Outro fator que influencia o mercado é a política tarifária dos Estados Unidos. A imposição de uma tarifa sobre o aço importado pelo governo Trump também impacta indiretamente a indústria brasileira, já que os asiáticos buscam novos mercados para escoar o excedente de produção. 

Mesmo diante dos desafios, a Açotubo segue apostando na proximidade com o cliente e na distribuição em grande escala como pilares para manter sua relevância no mercado.

“A gente entende que o papel do distribuidor é capilarizar e atender empresas de todos os portes. Isso faz parte da nossa essência e vamos continuar seguindo esse caminho”, frisa.

Sobre o do Zero Ao Topo

Em mais de 200 episódios, o videocast/podcast de negócios Do Zero ao Topo conta a história dos empreendedores e empresários por trás das maiores empresas do país.

Em cada episódio, o ZAT traz um fundador ou fundadora, em uma conversa franca sobre como iniciou os negócios, os desafios enfrentados ao longo dos anos, as incertezas e os momentos decisivos para a empresa.

Acesse este podcast pelo: SpotifySpreakeriTunesDeezer, Castbox e outros aplicativos de podcast.

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