“Divórcio” no radar da Azzas? AZZA3 desaba 10% com rumor de cisão após 4T negativo

Divórcio à vista? Nesta sexta-feira (14), a coluna Pipeline, do Valor Econômico, informou que os fundadores da Azzas 2154 (AZZA3), Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estão em negociações para separarem os seus negócios entre Arezzo e Soma – após apenas cerca de 8 meses da fusão ser concluída – citando conflitos no estilo de gestão.

Com isso, nesta sexta-feira (14), os ativos AZZA3 caíram 10,42% (R$ 21,50), após já terem desabado mais de 13% após os balanços do 4T divulgados nesta semana.

De acordo com o artigo, há duas alternativas principais na mesa de discussão: (1) uma potencial divisão, mas com as operações da Hering permanecendo com a Arezzo e as de vestuário feminino com o Grupo Soma, e (2) a outra alternativa seria Birman (potencialmente com parceiros) comprar a fatia de Jatahy (e eventualmente alguns de seus parceiros na Soma). E, no contexto da 2ª opção, as discussões seriam em torno do preço, já que Jatahy não estaria disposto a vender nos níveis de preço atuais – neste contexto, o JPMorgan ressalta que o preço das ações da AZZA3 estava em níveis entre R$ 55-R$ 60 no momento do anúncio da fusão.

Para os analistas do JPMorgan, a notícia é negativa, enquanto o nível de ruído em torno do nome deve permanecer elevado. No momento do anúncio da fusão, o banco relembra ter sinalizado que um risco importante era as diferentes culturas e a forte liderança personificada de ambos os lados.

Eles apontam ainda os rumores (conforme citados pela mídia) de que tensões entre Birman e Jatahy existem quase desde que a fusão foi aprovada e foram reforçados nestas notícias pós-balanço, revividas após os mais recentes boatos.

“As possíveis conversas não foram confirmadas/negadas pela empresa, pelo menos não ainda”, reforçam.

Dito tudo isso, o JPMorgan aponta que, aparentemente, qualquer uma das alternativas rumores diluiria o valor do acionista, pois (1) a fusão é altamente complementar do ponto de vista operacional e oferece espaço para sinergias significativas, enquanto (2) Jatahy é uma pessoa-chave por trás da complexidade das operações das marcas femininas (principalmente as operações legadas da Soma). Além disso, os principais vetores de crescimento da Azzas estão dentro do vestuário feminino e da Hering. Portanto, a divisão proposta removeria uma alavanca-chave.

“No geral, notícias negativas, e até que haja melhor visibilidade sobre onde a situação real está, o nível de ruído deve permanecer elevado com foco limitado do investidor (e da gestão potencial) nas operações”, avalia.

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