Naw-Ruz

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Aprendi que o Naw-Ruz não é apenas um feriado de enorme significado cultural para alguns povos, mas também contém um grande significado religioso para os Bahá’ís, que o consideram um dia sagrado que assinala o início de cada novo ano, de acordo com o calendário Bahá’í. Por esta razão, o Naw-Ruz é observado de forma consistente e alegre pelos Bahá’ís em todo o mundo, como uma grande e festiva celebração religiosa que contém muitos níveis de significado e, portanto, muitas coisas para celebrar.

Talvez o significado mais óbvio do Naw-Ruz seja o início de um novo ano. Antes da chegada de cada Naw-Ruz, a minha família encontra momentos para reflectir sobre o ano que está a chegar ao fim e sobre aquele que está prestes a começar. Refletimos sobre o que poderíamos ter feito para melhorar a qualidade das nossas vidas e quais planos e decisões que deveríamos tomar no futuro. Esta reflexão é facilitada pelo fato de o Naw-Ruz ser precedido pelo Jejum Bahá’í de 19 dias, no qual os Bahá’ís de todo o mundo reveem e meditam sobre o ano que passou, e esforçam-se por melhorar as suas qualidades e virtudes espirituais, tais como a paciência, o desprendimento e a firmeza. Durante o Jejum, os Bahá’ís acordam de manhã cedo para beber e comer antes do nascer do sol, e a minha família aproveita o tempo extra que isso proporciona para recitarmos orações juntos, desenvolvermos conversas espirituais, estudar as palavras de Deus, reflectir sobre o ano passado e estabelecer objetivos e planos para o ano seguinte.

Outro significado do Naw-Ruz que também aprecio é a sua coincidência com o primeiro dia de primavera no Hemisfério Norte. O meu espírito delicia-se com a maneira como tudo na natureza ganha uma nova vida e se revigora neste momento: as árvores desenvolvem-se, as flores desabrocham e as ervas voltam a crescer, tornando os campos verdes.

Assim, para os Bahá’ís, o Naw-Ruz comemora não apenas o ano novo e as alegrias da primavera, mas também a alegria de ter recebido a nova mensagem de Deus para a humanidade neste momento da sua história e desenvolvimento. Abdu’l-Bahá escreveu:

Desejo que esta bênção surja e se manifeste nos rostos e nas características dos humanos para que também eles se tornem um novo povo e, tendo encontrado uma nova vida e sido batizados com fogo e espírito, possam fazer do mundo um novo mundo, para que a velha terra desapareça e a nova terra surja; que as velhas ideias se afastem e novos pensamentos surjam; que as velhas roupas sejam rejeitadas e roupas novas sejam usadas; que a política antiga, cujo fundamento é a guerra, seja abandonada, e a política moderna, baseada na paz, eleve o padrão da vitória; que a nova estrela brilhe e resplandeça e o novo sol ilumine e irradie; que as novas flores desabrochem, a nova primavera se torna conhecida; que a nova brisa sopre; que a nova dádiva seja transmitida; que a nova árvore dê novos frutos; que a nova voz se eleve e este novo som chegue aos ouvidos, que o novo suceda ao novo, e todos os adornos e decorações antigas serão postos de lado, e novas decorações colocadas nos seus lugares.” (Tablets of Abdu’l-Baha Abbas, p. 38)

Neste espírito, o Naw-Ruz é uma ocasião perfeita para contemplar como podemos lutar, dia após dia, para crescer espiritualmente, servir a humanidade e esforçar-nos por melhorar o mundo.

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