Venezuela critica deportações “ilegais” dos EUA sob lei de guerra

CARACAS (Reuters) – O governo da Venezuela criticou neste domingo a implementação pelos EUA de uma lei de guerra raramente usada para deportar mais de 200 supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua para El Salvador.

“A Venezuela rejeita a aplicação de uma lei anacrônica, ilegal e que viola os direitos humanos contra nossos migrantes”, disse o governo venezuelano em comunicado, acrescentando sua “profunda indignação com a ameaça de sequestro de crianças de 14 anos”.

O gabinete presidencial de El Salvador não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da Reuters e não ficou claro quais acusações os supostos membros de gangues enfrentam em El Salvador, ou se crianças fazem parte do grupo.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, disse em uma publicação no X no início do domingo que havia recebido os primeiros 238 supostos membros do Tren de Aragua. Segundo Bukele, eles foram imediatamente transferidos para um centro de detenção de terroristas por um período de um ano, sujeito a renovação.

Isso ocorreu um dia depois de a Associated Press informar, citando um memorando interno, que os Estados Unidos pagariam a El Salvador US$6 milhões pelo acordo.

“Os Estados Unidos pagarão uma taxa muito baixa por eles, mas uma alta por nós”, disse Bukele na publicação, acrescentando que os norte-americanos também enviaram 23 membros da gangue salvadorenha MS-13.

O governo da Venezuela apelou à comunidade internacional, especialmente à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), para se mobilizar contra o que chamou de precedente perigoso contra toda a região.

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