Após posse de Trump, bolsonaristas fugitivas do 8/1 são presas ao tentar entrar nos EUA

As bolsonaristas Raquel Souza Lopes, Rosana Maciel Gomes, Michely Paiva Alves e Cristiane da Silva: as fugitivas foram presas ao entrar nos EUA. Foto: Reprodução

O governo dos Estados Unidos prendeu ao menos quatro bolsonaristas envolvidas nos atos terroristas de 8 de janeiro que tentaram entrar ilegalmente no país. Três delas foram presas no dia seguinte à posse de Donald Trump, em janeiro. A informação foi confirmada ao UOL pela ICE, a Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA.

As detidas incluem três condenadas por crimes relacionados ao 8/1, incluindo tentativa de golpe de Estado, e uma ré com mandados de prisão expedidos no Brasil. Elas estão sob custódia nos EUA há mais de 50 dias e, segundo o ICE, “aguardam a expulsão para seus países de origem”.

A agência americana não detalhou em que circunstâncias elas foram presas, alegando “questões de privacidade”. Não se sabe se foram interceptadas em postos de imigração ou capturadas enquanto tentavam atravessar a fronteira com a ajuda de coiotes. A ICE confirmou, no entanto, que todas foram detidas por “entrada ilegal no país”.

Raquel Souza Lopes foi presa em 12 de janeiro ao tentar cruzar a fronteira pela cidade de La Grulla, no Texas. No dia 21, Rosana Maciel Gomes, Michely Paiva Alves e Cristiane da Silva foram capturadas em El Paso, localizada a mais de 1.100 km de distância.

As quatro fugitivas fazem parte de um grupo de bolsonaristas que deixaram o Brasil a partir do primeiro semestre de 2024 e se fixaram na Argentina. No final do ano, temendo pedidos de extradição do Supremo Tribunal Federal (STF), fugiram para os EUA com a expectativa de conseguir refúgio político sob a gestão de Trump, aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Quem são as bolsonaristas presas?

Raquel Souza Lopes

Joinvilese é condenada por atos golpistas de 8 de janeiro | Diário de Joinville
A bolsonarista Raquel Souza Lopes: natural de Joinville (SC), ela foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8/1. Foto: Reprodução

Raquel Souza Lopes, de 51 anos, natural de Joinville (SC), foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8/1, incluindo golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público. Ela deixou o Brasil em abril de 2024 e fugiu para Buenos Aires.

Com a intensificação dos pedidos de extradição, cruzou o deserto do Atacama até chegar ao México. Em 12 de janeiro, foi presa ao tentar ingressar nos EUA pelo Texas. Desde 19 de janeiro, está detida na unidade da ICE em Raymondville. Sua advogada abandonou o caso em dezembro, e sua família busca um novo defensor.

Rosana Maciel Gomes

Fugitiva goiana do 8 de janeiro pode entrar para a lista de procurados da Interpol - Jornal Opção
Rosana Maciel Gomes: goiana foi condenada a 14 anos de prisão pelos atos do 8/1. Foto: Reprodução

Rosana Maciel Gomes, de 51 anos, natural de Goiânia (GO), foi condenada a 14 anos de prisão pelos atos do 8/1. Com dois mandados de prisão em aberto e uma ordem de extradição da Argentina, fugiu para o Uruguai em janeiro de 2024 e, posteriormente, para Buenos Aires.

No final do ano, seguiu para os EUA via Colômbia e México. Foi presa em El Paso em 21 de janeiro e, dias depois, transferida para uma unidade da ICE na mesma cidade.

Segundo sua defesa, “quando [Rosana] entrou no Palácio do Planalto viu que os bens públicos estavam danificados e não danificou qualquer bem”. Amigos tentam obter ajuda do consulado brasileiro em Houston, no Texas.

Michely Paiva Alves

Limeirense está na lista de financiadores de ataque golpista
Michely Paiva Alves: comerciante de Limeira (SP) responde a cinco acusações no STF. Foto: Reprodução

Michely Paiva Alves, de 38 anos, comerciante de Limeira (SP), responde a cinco acusações no STF. Em 2022, concorreu ao cargo de vereadora pelo Podemos enquanto já era investigada.

A Polícia Federal encontrou provas de que organizou e financiou um ônibus com 30 apoiadores para Brasília, com custo de R$ 12 mil, dos quais R$ 6.500 foram pagos por ela.

Sua defesa alega que não há provas de sua participação em atos de vandalismo. Fugiu para a Argentina em setembro e, em novembro, seguiu para os EUA, sendo presa em El Paso em 21 de janeiro.

Cristiane da Silva

Cristiane disse que foi a Brasília para "passear"
Cristiane da Silva: garçonete de Balneário Camboriú (SC) foi condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime no 8/1. Foto: Reprodução

Cristiane da Silva, de 33 anos, garçonete de Balneário Camboriú (SC), foi condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime no 8/1. Sua defesa afirma que ela “não estava envolvida no protesto” e que viajou a Brasília “para passear”.

À PF, declarou ter pago R$ 500 para viajar em um ônibus de militantes. Fugiu para Buenos Aires em junho de 2024 e, em novembro, seguiu para os EUA. Foi presa em El Paso e aguarda deportação. Seu advogado busca medidas para resolver sua situação.

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