Taxas dos DIs acompanham dólar e caem no Brasil em dia positivo para ativos de risco

As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa, acompanhando o recuo firme do dólar ante o real em um dia positivo para ativos de países emergentes ao redor do mundo, em meio a notícias favoráveis sobre a economia chinesa, negociações de paz para o conflito na Ucrânia e avanço do petróleo.

No Brasil, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu mais que o esperado em janeiro, mas o dado ficou em segundo plano em função do exterior favorável.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,74%, ante o ajuste de 14,741% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,48%, ante o ajuste de 14,557%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,47%, ante 14,585% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,49%, ante 14,595%.

Pela manhã o Banco Central informou que o IBC-Br, considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve alta de 0,9% em janeiro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado. O dado divulgado pelo BC ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,22%.

O resultado mensal mostrou forte recuperação após a retração de 0,6% registrada em dezembro, em dado revisado pelo BC de uma queda de 0,7% informada antes, e marcou o melhor resultado desde junho de 2024.

Apesar do dado robusto, que sugere dificuldades para o BC controlar a inflação, as taxas dos DIs saltaram para o território negativo já na primeira hora de negócios, com investidores se apegando mais ao ambiente positivo no exterior.

A busca por ativos de maior risco — como ações, moedas e títulos de países emergentes — era justificada pelo otimismo trazido pela China. O gigante asiático revelou no fim de semana um “plano de ação especial” para impulsionar o consumo interno, apresentando medidas que incluem o aumento da renda das famílias e o estabelecimento de um subsídio para cuidados infantis.

Além disso, dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país nesta segunda-feira mostraram que as vendas no varejo chinês, um indicador do consumo, aumentaram 4,0% no período de janeiro a fevereiro, contra alta de 3,7% em dezembro.

A perspectiva positiva em relação à economia chinesa, somada aos receios em torno das ações dos EUA contra os houthis do Iêmen no Mar Vermelho, importante rota comercial marítima, dava força ao petróleo nos mercados internacionais. Isso também favorecia moedas de países como o Brasil, exportador de petróleo, em relação ao dólar, o que contribuía para o recuo das taxas futuras.

O avanço das negociações para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia era outro fator favorável aos ativos de risco no exterior e também no Brasil, onde o dólar cedia mais de 1% ante o real e o Ibovespa superava os 131 mil pontos.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2031 marcou a mínima de 14,45% às 16h10, em baixa de 14 pontos-base ante o ajuste de sexta-feira.

Na ponta curta a curva precificava perto do fechamento 98% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic nesta semana. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

Mais do que a decisão em si, os agentes estarão atentos às pistas do BC para a reunião seguinte de política monetária, em maio.

Na sexta-feira o mercado de opções de Copom da B3 precificava 54,00% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 15,50% de chances de elevação de 25 pontos-base, 14,00% de probabilidade de manutenção, 10,50% de chances de alta de 75 pontos-base e apenas 4,00% de chances de nova alta de 100 pontos-base.

No boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, a mediana das projeções indicou uma Selic a 15,00% ao ano no fim de 2025. A inflação projetava para este ano passou de 5,68% para 5,66%.

Às 16h52, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — estava estável a 4,306%.

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