Ferramenta mais importante do trader é um diário das operações, diz Thiago Alvarenga

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Formado em história e em direito, o hoje analista técnico Thiago Alvarenga começou no mercado em 2007. Com passagens pela Ágora, XP e UBS, é um defensor da operação simplificada e com eficácia já comprovada.

No começo, diz que buscou conhecimento em livros e aulas sobre o trade. Mas alerta que é importante desenvolver seu próprio modelo de atuação no mercado.

“Quando se tenta copiar não dá certo. Ou a pessoa se sente enganada ou evolui. Aí, é a primeira grande peneira dos traders que vão para frente e os que ficam pelo caminho. A gente sai de uma base e vai construindo nosso caminho”, ensina o trader e analista CNPI, Thiago Alvarenga, que participou do programa A Arte do Trade, no canal GainCast.

“Gosto das coisas que são mais comprovadas. Sou um trader que procuro aquilo que já existe há muito tempo”, diz, acrescentando que o que já foi testado e aprovado dá mais confiança na operação.

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Trader: Empolgação atrapalha

Para Alvarenga, no começo, quando se ganha um pouco de dinheiro, as pessoas se empolgam, e é partir dessa fascinação que elas começam a perder. “Uma galera desiste. Outra vai ver o que aconteceu, onde errou. Começa daí a peneira mais fina”, relata.

De acordo com o analista, nessa fase, que muitos quebram, os que voltam a fazer trade passam a entender a importância da gestão de risco.

“Gestão de risco não é só colocar stop (parar a operação). Mas saber a hora de aumentar (o valor da operação), a hora de operar menor. Faz parte de sua gestão de risco. Muita gente nem chega a essa etapa – ela para antes”, conta. “A gestão de risco foi o que me levantou do buraco”, diz.

“Aí vem a parte emocional. Daí que a gente vai dar importância à estabilidade emocional, disciplina, rotina, autoconhecimento. Tudo aquilo que as pessoas querem botar na frente e não faz sentido para o cara que é iniciante, porque ele não sentiu a dor (da perda na operação)”, relata.

Busca da consistência

O trader considera que o treino correto para operar te leva à perfeição. “A fase de achar uma consistência e ter uma tranquilidade do que está fazendo, vai aí uns 3, 4 anos em média”, afirma.

Ele diz também da importância de obter conhecimento para se aprimorar. “No início, achei que era só apertar um botão para comprar e outro para vender e ganhar dinheiro. Entrei no mercado com essa mentalidade. Mas não existe dinheiro sem trabalho. Não existe resultado sem trabalho. Entrei com essa mentalidade errada, aí virei a chave”, comenta.

De advogado a trader

O analista lembra que quando pegava um livro de direito para estudar, o interesse por ele era muito baixo. Mas quando tinha em mãos um livro de trade, lia num fim de semana.

“Virei a carreira aí. Deixei de ser advogado para ser trader analista. Corri atrás de certificação. Quando tirei a (certificação) CNPI ninguém pediu, mas era para provar que conhecia. Comecei no swing trade e vi que tinha resultados consistentes. Mas não foi do dia para noite”, recorda.

“As pessoas vêm para o trade achando que é dinheiro fácil. Mas depois veem que não é assim e desistem. Existe um trabalho a ser feito: acompanhar os trades, metrificar tudo. Para ter resultado, tem que acompanhar os seus trades, fazer uma revisão deles. É um trabalho que tem que ser feito”, ensina.

Ele recorda que quando começou existia pouca informação sobre o assunto. Hoje, “a grande dificuldade é que tem muita informação, muito picareta”. Mas ele ressalta que o cara sério sempre fala primeiro: “cuidado”.

Revisar suas operações

“Dá para ganhar dinheiro, mas tem que ter cuidado, tem que se proteger e nem todo dia vai ganhar”, afirma. Para Alvarenga, quanto tempo de trade se tem, mas chance de o profissional ser sério. E para ganhar consistência, diz ser essencial ter um diário do seu trade.

“Essa é a ferramenta mais importante do trader. Mais importante do que a plataforma, um livro. Diário do seu trade vai lhe forçar a ver o que está fazendo, as práticas boas e ruins. O diário vai lhe ajudar a se confrontar consigo mesmo”, ressalta.

Thiago Alvarenga diz que escreve em um caderno, a mão mesmo, suas operações. “No final do dia, passa isso a limpo. Só se vai conseguir evoluir se souber onde se está errando”, diz.

Além disso, o analista não opera muitos contratos por dia. “O dia que mais operei foram 10 operações – seis no mini-índice e quatro no dólar. Mas a minha média é seis, sendo três no mini-índice e três no dólar”, pontua.

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