VÍDEO: Alunas brigam dentro de escola estadual e são incentivadas por testemunhas, no litoral de SP

Um vídeo mostra uma briga entre duas alunas dentro da Escola Estadual Sylvia de Mello, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Durante a confusão, outros estudantes que testemunhavam a cena incentivavam as duas com gritos para que “continuem”, “puxa ela”, entre outros palavrões. A situação ocorreu na mesma cidade em que estudava o menor Carlos Teixeira Gomes Nazara, de 13 anos, que morreu uma semana após ser agredido por colegas.

Veja o vídeo abaixo divulgado pelo jornal “A Tribuna(o áudio foi silenciado em função das inúmeras palavras de baixo calão):

A briga ocorreu na última segunda-feira (29). As imagens mostram duas alunas tocando tapas e se puxando pelos cabelos, enquanto vários outros alunos se aglomeram em volta, eufóricos com a confusão. Uma roda se formou em volta das jovens, quando funcionários da unidade chegaram e interromperam as agressões.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por conta da briga. Além disso, os responsáveis pelas alunas também foram chamados para esclarecimentos na escola.

A Seduc-SP repudiou os atos de violência e ressaltou que, assim que os funcionários perceberam o desentendimentos, apartaram as garotas e as levaram para a diretoria. A pasta não precisou o que motivou a confusão entre as alunas.

“A Diretoria de Ensino de São Vicente e a direção da escola estão à disposição da comunidade escolar para fornecer esclarecimentos”, reforçou a secretaria, que disse que a equipe regional do Programa Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva) acompanha o caso.

Morte após agressão

Praia Grande é a mesma cidade onde estudava o adolescente Carlos Nazara, que morreu uma semana após ser agredido dentro da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto. Um vídeo que circula nas redes sociais o garoto sendo “surrado” por colegas, em março passado (assista abaixo).

“Foi por causa de um pirulito. O menino arrancou da mão dele e, quando ele pediu de volta, o menino deu dois socos no nariz dele. O arrastaram pelo pescoço e foi para dentro do banheiro, onde fizeram aquele vídeo”, disse a mãe do garoto, Michele de Lima Teixeira, em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.

Após o episódio, a mãe disse que procurou a direção da escola e citou que, caso nada fosse feito, tiraria o aluno da unidade. Apesar do medo que enfrentava diariamente, Carlos não queria deixar de frequentar as aulas.

“Ele falou assim: ‘Mãe, eu não quero sair porque eu sou o maior da minha turma’. Falava isso porque os amigos dele eram menores, pequenininhos, e ele era grandão pela idade que tem. Ele falou que queria defender os amigos. Ele falou: ‘mãe, eu quero ficar forte. Quero correr. Corre comigo’. Eu falei que ia correr com ele, mas não corri”, lamentou Michele.

Dias depois dessa confusão gravada em vídeo, em 9 de abril, Carlos conversava com um amigo, quando dois alunos pularam nas costas dele. A partir daí, o menino passou a reclamar de dores e apareceu em outro vídeo chorando de dor (veja abaixo – ATENÇÃO: imagens fortes).

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Conforme a mãe, Carlos foi levado várias vezes para atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a pronto socorros. “Meu filho não fez um exame de urina, não fez nada. Meu filho gemendo por falta de ar, sem respirar”, relembra a mãe.

Apesar das medicações, o estado de saúde não melhorava e ele acabou sendo encaminhado à Santa Casa de Santos, no último dia 15 de abril. Lá, os médicos disseram que o adolescente estava com uma infecção no pulmão e precisaram entubá-lo.

Carlos foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu na tarde do dia 16 de abril. No atestado de óbito consta que o adolescente morreu por causa de uma broncopneumonia bilateral, que é um tipo de pneumonia que inflama os pulmões.

A Prefeitura de Praia Grande informou que abriu um “processo administrativo para apurar os procedimentos adotados nos atendimentos. E se for constatada alguma irregularidade, as providências cabíveis serão tomadas”.

A Polícia Civil investiga a morte de Carlos, depois de um pedido feito pelos pais do garoto. Até agora, já foram ouvidas dez pessoas, entre elas a vice-diretora da escola, professores e os dois suspeitos pelas agressões, que são menores e estavam acompanhados de parentes. O inquérito apura se houve homicídio com dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de matar.

Após a repercussão do caso, os parentes do menor passaram a ser ameaçados. Os ataques começaram depois que vários perfis falsos na internet passaram a divulgar informações sobre os possíveis agressores do estudante. “Tem muita gente usando essa história para ganhar like”, afirmou ao site G1 a advogada Amanda Mesquita, que defende os parentes da vítima. “Isso está bem perigoso. A gente não sabe o que pode acontecer com essas pessoas e até mesmo com a família do Carlinhos”, ressaltou.

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