Itaú BBA inicia cobertura de XP Inc. com recomendação de compra e destaca resiliência

O Itaú BBA iniciou a cobertura para as ações da XP Inc. (BDR: XPBR31) negociadas na Nasdaq com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e um preço-alvo de US$ 20 por ação para 2025, ou um potencial de alta de 29% em relação ao fechamento de segunda-feira (17). Isso implica em um múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 12 veze em 2025E em comparação com os atuais 9 vezes.

“Esperamos apreciação, pois as alavancas internas levam ao crescimento dos lucros, combinado com uma percepção melhorada do investidor. Além disso, há potencial para mais alta se as condições de mercado melhorarem”, avaliam os analistas Pedro Leduc, William Barranjard e Mateus Raffaelli.

O BBA ressalta que, anos atrás, a XP revolucionou o cenário de investimentos no Brasil ao integrar novos produtos com uma experiência aprimorada por meio de Consultores Financeiros Independentes (IFAs), atraindo com sucesso mais de 4,7 milhões de clientes e acumulando mais de R$ 1 trilhão em ativos de varejo sob custódia (AUC), tudo isso mantendo a lucratividade. No entanto, o rápido crescimento e escala também apresentaram desafios.

Porém os analistas veem que a XP agora iniciou um novo capítulo, com foco em três áreas principais de mudança: estabelecer um canal de relacionamento direto com o cliente, refinar seus relacionamentos com IFA e introduzir novos incentivos para monetização do cliente.

“Vemos essa estratégia de forma positiva, aceitando desafios de curto prazo para ganhos de lucros de médio prazo. Nossa perspectiva é de uma menor dependência de melhora dos mercados brasileiros, embora tais melhorias sejam benéficas”, avalia o banco.

O trio de analistas destaca que os lucros da XP demonstram resiliência, com distribuição de renda fixa e capacidade de balanço ganhando importância à medida que os bancos reduzem o risco.

No geral, prevê um crescimento dos lucros a um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 16% de 2024 a 2027.

Com isso, a XP está agora entre as suas principais escolhas no setor financeiro não bancárias ao lado do BTG (BPAC11) e preferida em relação à B3 (B3SA3).

Negócio relevante

Para os analistas, a XP apresenta um negócio relevante e resiliente. A companhia, reconhecida como líder de mercado no cenário de investimentos de varejo do Brasil, revolucionou o investimento individual por meio de seu modelo inovador, combinando experiência próxima de IFA com um amplo espectro de produtos.

A XP detém uma participação de mercado de 15% em investimentos de varejo, que rendem 75% de suas receitas totais. A capacidade de distribuição incomparável da XP também reforçou o crescimento de suas capacidades de DCM (Mercado de Capital de Dívida) e outros fluxos de receita, como crédito e seguros.

Em 2024, a XP gerou receita bruta de R$ 18 bilhões, resultando em lucro de R$ 4,5 bilhões, alcançando uma notável margem líquida de 27% com um balanço relativamente leve que entregou um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 22,4%.

“Os lucros apresentam forte crescimento em condições favoráveis ​​de mercado e demonstram resiliência durante períodos de taxas de juros mais altas”, avalia o BBA.

Os analistas apontam que uma nova configuração de gestão recente se concentrou nas seguintes decisões estratégicas: (1) Construção de uma rede B2C (business-to-consumer) de relacionamento direto com o cliente, (2) Consolidação dos relacionamentos de IFA promovendo a consolidação, alinhando incentivos e usando mais tecnologia para gerenciamento de clientes. “Isso pode ter impactos no ROA [retorno sobre ativos] e na margem operacional de curto prazo, mas é altamente favorável para o cliente de longo prazo e para a sustentabilidade do negócio; com melhoria da lucratividade assim que a eficiência do SG&A [de vendas, gerais e administrativas] começar”, avaliam.

O BBA vê a empresa bem posicionada para altas taxas e pronta para capitalizar assim que as condições macroeconômicas melhorarem.

“A XP demonstrou resiliência durante os ciclos de mercado do Brasil, mesmo quando os clientes enfrentaram baixo desempenho. O mix de AUC da empresa mudou e exibiu crescimento significativo, agora 49% maior do que no final de 2021, com 58% desse aumento atribuído a investimentos de renda fixa, que cresceram 113% no mesmo período”, destaca.

Em um ano de provável pior emissão de DCM e bancos reduzindo o risco, a XP ganha vantagem com as empresas graças à sua robusta rede de distribuição de varejo, avalia. Olhando para o futuro, o estoque de investimentos de renda fixa representa potencial reprimido para ativos mais arriscados à medida que as taxas de juros caem.

O BBA projeta que cada mudança de 10% no ADTV (volume médio diário negociado) da B3 impacta o resultado final da XP em cerca de 5%, quase o dobro da sensibilidade ao lucro por ação da B3.

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