Vale, Petrobras, Weg e Ambev: qual paga mais dividendos? E quanto R$ 10 mil rendem?

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Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Weg (WEGE3) e Ambev (ABEV3) – as quatro maiores empresas da B3, ao lado dos bancões – já divulgaram seus balanços do quarto trimestre de 2024. Com exceção da empresa global de equipamentos eletroeletrônicos, as outras três registraram queda no lucro líquido ano passado, com destaque para a petroleira, que recuou 70,6% na comparação com 2023.

Diante desse cenário – bem diferente do registrado pelos bancos brasileiros, que alcançaram lucros recordes – como ficam os pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) dessas gigantes da bolsa, que, juntas, somam um valor de mercado de aproximadamente R$ 1,1 trilhão?

Para 2025, o dividend yield projetado (indicador que mede o retorno de uma ação apenas com dividendos) varia entre 1,8% e 15%. No entanto, como cada empresa pertence a um setor distinto, os fatores que podem impactar esses pagamentos ao longo do ano também são variados.

Petrobras e o barril

A Petrobras costuma ser uma “vaca leiteira”. Entre 2020 e 2024, a empresa depositou R$ 472,9 bilhões em proventos aos acionistas, segundo dados da Economatica. Neste ano, a firma até voltou à lista de maiores distribuidoras de dividendo do mundo. Para 2025, a expectativa é que a torneira de proventos continue a jorrar.

Regis Cardoso, analista de óleo e gás da XP, estima que a Petrobras possa ter uma distribuição total de 12% de dividendos ordinários ou de 15%, levando em conta também os proventos extraordinários até o final do ano. “Essa estimativa de dividendos considera uma premissa de preços de petróleo a US$ 70 dólares por barril”, disse o especialista.

Segundo Cardoso, a companhia também tem ativos de produção de petróleo de qualidade muito alta, com custos muito baixos e, portanto, tem muitos geradores de resultado de fluxo de caixa. “Se empresa for dirigente na alocação desse capital gerado, ela consegue remunerar muito bem os acionistas”.

A firma fechou ano passado com lucro líquido de R$ 36,6 bilhões, 70,6% menos do que em 2023.

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Vale e a China

A Vale, assim como a Petrobras, também costuma distribuir bastante lucro para os acionistas – foram R$ 174,8 bilhões nos cinco anos finalizados em dezembro do ano passado. Em 2024, a companhia teve um lucro de R$ 31,6 bilhões, uma queda de 20% na comparação a 2023.

Apesar do recuo, a empresa deve manter um payout (porcentagem total do lucro líquido distribuído como dividendos) na casa dos 60% em 2025, representando um valor bruto perto de R$ 5,90 por ação e um dividend yield de 9%, segundo Alexandre Pletes, head de Renda Variável na Faz Capital.

A companhia deve se beneficiar com novos estímulos anunciados pela economia chinesa para aumentar renda e impulsionar consumo, disse o especialista. “O preço do minério de ferro também é um fator determinante, portanto manter-se acima de US$ 100,00 é decisivo para os resultados da Vale, obviamente, sem alterar o volume de vendas”, também falou.

Ambev e a concorrência brava

Após pagar R$ 46,2 bilhões entre 2020 e 2024, a Ambev entrou em 2025 distribuindo R$ 10,5 bilhões para os acionistas. O payout estimado para 2025 deve ficar em torno de 75%, o que dá um valor aproximado de R$ 11,7 bilhões em proventos e um dividend yield de 5,5% no período, segundo Hugo Cabral, analista da Nord Investimentos.

Para Cabral, porém, o aumento da concorrência e a perda de participação de mercado podem pressionar as margens, impactando consequentemente seus resultados e a distribuição de proventos ao longo deste ano. Em 2024, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 5,024 bilhões, 0,8% menor do que 2023.

“Devido ao estado de maturidade dos seus negócios e estabilização dos resultados, entendemos que a Ambev se encaixa melhor em uma tese focada em recebimento de proventos. Porém, no momento, com um dividend yield abaixo de 6% e negociando a 15x lucros (em linha com a média histórica da bolsa brasileira), temos recomendação neutra para ABEV3”, falou.

WEG e os aerogeradores

Entre as gigantes desta lista, foi a única que apresentou lucro em 2024 na comparação com o ano anterior. Porém, é a empresa tem o menor dividend yield projetado para este ano entre as gigantes: 1,8%, segundo a Nord Investimentos, que também tem uma recomendação neutra para os papéis da companhia.

Cabral mencionou que a queda na carteira de pedidos de aerogeradores (turbinas eólicas) pode impactar negativamente os resultados da empresa no mercado interno, o que pode repercutir nos proventos. O payout estimado para 2025 deve ficar em torno de 50% (em linha com os últimos anos), o que dá um valor aproximado de R$ 3,7 bilhões em proventos.

“Como mais da metade de sua receita provém do mercado externo, a companhia se encaixa em investimentos com exposição ao dólar, mesmo que indiretamente. Porém, no momento, temos recomendação neutra para WEGE3”, disse Cabral. A firma distribuiu R$ 9,7 bilhões em dividendos nos últimos cinco anos.

Quanto R$ 10 mil rendem?

O montante de R$ 10 mil aplicados na ação de alguma das quatro gigantes geraria entre R$ 180 e 1.500 só com proventos até o final do ano. “Vale lembrar que, para pessoa física, os dividendos são isentos de imposto de renda”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Essa simulação usa o dividend yield projetado das ações, que é válido somente se a firma tiver lucro igual ou superior ao dos últimos 12 meses e continuar com a mesma política de distribuição de dividendos.

Veja simulação:

Banco Dividend yield projetado Valor total*
Petrobras Entre 12% e 15% Entre R$ 11.200 e R$ 11.500
Vale 9% R$ 10.900
Ambev 5,5% R$ 10.550
WEG 1,8% R$ 10.180
Fontes: XP, Nord, Faz Capital e RB Investimentos.

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