Professor Reginaldo Nasser sofre ameaça racista na universidade: “PUC não é pra árabe”

Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foto: Divulgação

O professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Reginaldo Nasser, foi alvo de uma tentativa de intimidação dentro da instituição onde leciona. A ação, aparentemente perpetrada por indivíduos ligados ao movimento sionista, envolveu uma pichação no banheiro da universidade com ameaças direcionadas ao docente, que é o único professor de origem árabe no Departamento de Relações Internacionais.

Nasser, o único de ascendência árabe no departamento, expressou preocupação e se sentiu pessoalmente ameaçado.

Em entrevista ao “Jornal GGN”, o professor desabafou: “Me sinto ameaçado. O único descendente de árabe lá sou eu.” A pichação, acompanhada de Estrelas de Davi – símbolo tradicionalmente associado ao judaísmo – trazia a seguinte mensagem: “Hora de limpar RI (Relações Internacionais); PUC não é pra árabe; a PUC é nossa; a reitoria é nossa.”

Embora ainda não tenha tomado medidas formais, o professor destacou sua intenção de encaminhar o caso aos setores competentes da universidade. “Foi agora, então a gente ainda não fez nada, mas vou encaminhar para os setores competentes, porque isso precisa ser apurado”, afirmou, ressaltando a necessidade urgente de investigação.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) se manifestou publicamente sobre o caso, classificando a pichação como “inadmissível” e apontando o racismo e o supremacismo sionista como uma ameaça à liberdade de cátedra nas universidades brasileiras. Em nota, a associação expressou solidariedade ao professor e exigiu que a PUC-SP investigue o caso e puna com rigor os responsáveis pela intimidação.

O docente também relembrou um episódio ocorrido no final de 2024, quando ele e o ex-aluno, professor Bruno Huberman (judeu), foram acusados de antissemitismo. Embora esse processo não tenha resultado em consequências, Nasser destacou a postura institucional da PUC-SP, que adotou um código de combate ao antissemitismo, elogiado pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB).

O professor comentou ainda sobre a abordagem institucional diante das acusações, lembrando que a Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP, abriu uma sindicância para investigar supostas práticas antissemitas envolvendo ele, Huberman e outros dois alunos.

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