Bitcoin, Ethereum e XRP sobem até 12% após decisão da CVM americana e à espera do Fed

As principais criptomoedas registraram forte alta nesta quarta-feira (19), impulsionadas pela decisão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) de encerrar um longo processo contra a Ripple, criadora do token XRP, e pela expectativa do mercado quanto à decisão de juros do Federal Reserve (Fed) e ao discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell.

Pouco após as 14h, o Bitcoin (BTC) subia 3,6% em relação às últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 84.577, enquanto o Ethereum (ETH) avançava 8,8%, para US$ 2.047. Entre os destaques, o XRP (XRP) subia 12,6%, cotado a US$ 2,52, após a SEC anunciar que desistirá do recurso contra a Ripple.

O movimento do foi impulsionado pelo CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, que comemorou a decisão nas redes sociais, classificando-a como “uma vitória retumbante para a Ripple e para o mercado de criptomoedas”.

SEC recua e mercado vê chance maior de ETF de XRP

O anúncio de que a SEC desistiria de sua apelação contra a Ripple marca um novo capítulo na longa disputa regulatória iniciada em 2020. Na época, a SEC alegava que a Ripple havia levantado US$ 1,3 bilhão de forma irregular por meio da venda de XRP. A decisão aumenta as chances de aprovação de um fundo negociado em bolsa (ETF) para o token, com empresas como Grayscale, Bitwise e Franklin Templeton já tendo solicitado autorizações para lançar esse produto.

Especialistas da Bloomberg apontam que as chances de um ETF de XRP ser aprovado ainda este ano subiram para 65% a 75%. Além disso, o movimento ocorre após a saída de Gary Gensler do comando da SEC, que adotava uma postura mais rígida contra o setor cripto.

Decisão do Fed no radar

Além da notícia sobre a SEC, o mercado acompanha atentamente a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos EUA. A expectativa majoritária é de que o banco central americano mantenha os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. No entanto, os investidores estarão atentos ao comunicado do Fed e às projeções macroeconômicas divulgadas após a reunião.

Nas projeções anteriores, o Fed indicava dois cortes de juros para 2025, mas especialistas começam a questionar se essa sinalização será mantida. “Acredito que o conjunto dessas revisões deve trazer uma inflação um pouco mais elevada em 2025”, afirma Tomás Urani, economista do Santander. Já para Fabio Kanczuk, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e atual diretor de macroeconomia do ASA, a política econômica dos EUA pode limitar cortes nos juros: “O cenário inflacionário dificulta a chance de corte de juros nos Estados Unidos.”

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