Nvidia planeja investir centenas de bilhões na fabricação de chips nos EUA, diz CEO

A Nvidia (BDR: NVDC34) planeja investir centenas de bilhões de dólares na fabricação de chips e eletrônicos nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, afirmou o CEO da empresa, Jensen Huang, em entrevista ao Financial Times publicada nesta quinta-feira (20). A medida faz parte de uma estratégia para fortalecer a cadeia de suprimentos da companhia diante das ameaças de tarifas sobre semicondutores asiáticos promovidas pelo governo de Donald Trump.

“No total, devemos adquirir, ao longo dos próximos quatro anos, cerca de meio trilhão de dólares em eletrônicos”, disse Huang ao veículo britânico. “E acho que podemos facilmente ver uma parte significativa desse valor sendo produzida aqui nos EUA.”

A gigante dos semicondutores, hoje a empresa mais valiosa do setor, busca reduzir sua dependência da fabricação de chips na Ásia, especialmente em Taiwan, onde a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) domina a produção. Segundo Huang, os novos sistemas da Nvidia, incluindo a recém-lançada plataforma Blackwell, já estão sendo fabricados em território norte-americano por meio da TSMC e da Foxconn.

O movimento ocorre após o recente anúncio da TSMC de um investimento de US$ 100 bilhões em novas fábricas no Arizona, além dos US$ 65 bilhões acordados sob o governo Biden. Essa mudança de estratégia se deve, em parte, às preocupações com a possibilidade de tarifas sobre semicondutores importados e à crescente tensão entre China e Taiwan, principal polo de fabricação da indústria.

EUA aceleram corrida pela liderança em IA

Huang afirmou que a administração Trump pode impulsionar ainda mais o setor de inteligência artificial nos EUA. “Ter o apoio de um governo que se preocupa com o sucesso dessa indústria e que não permita que a questão energética se torne um obstáculo é um resultado fenomenal para a IA nos Estados Unidos”, disse ele ao Financial Times.

Além das tarifas, os EUA vêm impondo restrições à exportação de chips de última geração para a China. A Nvidia, que ainda mantém um mercado bilionário no país asiático, enfrenta uma crescente concorrência da Huawei, cujos chips Ascend AI têm avançado nos últimos anos. Huang classificou a Huawei como “a empresa de tecnologia mais formidável da China” e alertou que sua presença no setor de IA cresce a cada ano.

“Não podemos assumir que eles não serão um fator de competição relevante”, acrescentou.

Intel na disputa, mas sem compromisso da Nvidia

A Intel, única fabricante de chips dos EUA capaz de teoricamente rivalizar com a TSMC na produção de semicondutores avançados, tem enfrentado dificuldades com seu modelo de negócios de foundries. Na semana passada, a empresa nomeou Lip-Bu Tan como novo CEO para tentar resolver essa crise.

Huang negou os rumores de que a Nvidia estaria em negociações para formar um consórcio com a TSMC para investir na Intel e afirmou que a empresa ainda avalia a tecnologia da concorrente.

“Avaliamos a tecnologia de foundry da Intel regularmente e continuamos a fazer isso”, disse Huang. Ele também mencionou que a Nvidia considera a utilização dos serviços de embalagem de chips da Intel, mas evitou comprometer-se com uma parceria nesse sentido. “Buscamos oportunidades para sermos clientes deles”, explicou.

Para Huang, a Intel tem o potencial de ser competitiva no setor de tecnologia avançada de semicondutores, mas reforçou que a construção de uma nova cadeia de suprimentos exige tempo.

“O sucesso e o bem-estar da Intel são importantes. Mas leva um tempo para convencer a si mesmo e aos parceiros de que uma nova cadeia de suprimentos deve ser desenvolvida”, concluiu Huang.

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