A esperança de Bolsonaro para evitar fracasso de ato na Paulista

Dos EUA, Eduardo Bolsonaro anuncia que não voltará ao Brasil. Foto: reprodução

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão apostando nas ações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fugiu do Brasil e se diz em “autoexílio” nos Estados Unidos, para mobilizar a militância de extrema-direita e evitar o eminente fracasso da próxima manifestação em defesa da anistia aos presos do 8 de janeiro.

O ato está marcado para o dia 6 de abril na Avenida Paulista, em São Paulo, e a expectativa é de que o “filho 03” de Bolsonaro ajude a superar a baixa adesão registrada no primeiro protesto, realizado no último domingo (16) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Segundo dados do grupo de pesquisa Monitor do debate político, vinculado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento da Universidade de São Paulo (USP), o ato em Copacabana reuniu apenas 18,3 mil pessoas.

O número, significativamente menor do que os 32,7 mil presentes em um protesto semelhante realizado no mesmo local em abril do ano passado, frustrou os organizadores, sendo que Bolsonaro citou “1 milhão nas ruas” antes do evento. Apesar da intensa convocação nas redes sociais e da presença do ex-presidente, o resultado foi considerado um fiasco por parte da militância e aliados.

Agora, a pressão por uma mobilização mais expressiva na Avenida Paulista é ainda maior. Em fevereiro de 2023, um protesto pela anistia em São Paulo reuniu 185 mil pessoas, segundo a USP, superando o número de participantes no Rio. Para garantir um resultado semelhante, aliados de Bolsonaro esperam que as lives e entrevistas de Eduardo nos EUA sirvam de combustível para atrair mais apoiadores.

Desde que anunciou sua decisão de permanecer nos Estados Unidos na última terça-feira (18), Eduardo tem se dedicado a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a promover a causa bolsonarista junto a aliados do Partido Republicano dos EUA, incluindo o ex-presidente Donald Trump.

Em entrevista ao ex-deputado estadunidense Matt Gaetz, aliado de Trump, Eduardo insinuou que o ato em Copacabana foi um sucesso e que a multidão teria servido para “intimidar” o STF.

No vídeo em que anunciou sua decisão de ficar nos EUA, Eduardo afirmou que só retornará ao Brasil após Moraes ser punido “por seus crimes e abuso de autoridade”. “Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, disse o parlamentar.

Ele também anunciou que se licenciará temporariamente do mandato, sem remuneração, para se dedicar integralmente à busca por “sanções para os violadores dos direitos humanos”.

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