Mercado já movimenta ativos de risco para provável última alta da Selic, diz analista

Todo mundo já esperava aumento de 1 ponto percentual (pp) na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), mas mesmo assim o mercado após a decisão da nova taxa se animou ainda mais.

A avaliação é de Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP. O analista, que participou no programa Morning Call da XP desta sexta (21), citou que os fundos imobiliários foram uns dos ativos que continuaram subindo nesses dias. São 14 dias consecutivos de alta, lembrou.

Para ele, o fato do Copom sinalizar uma provável última alta na reunião de maio, até com menos intensidade, fez com o que o mercado se movimentasse fortemente.

Juros futuros

“Claro que a Selic forma preço para definir fluxo de investimento para renda fixa ou outras classes de ativos, mas o que pega em fundos imobiliários e renda variável são os juros futuros”, avaliou.

“O que a gente tem visto desde o início do ano é um fechamento nos juros curtos e um pouco no longo, na expectativa de que essa desaceleração econômica possibilite o Copom não elevar tanto a Selic”, complementou.

O analista analisou que ao dar rumo à inflação para o centro da meta, o Copom passa a percepção positiva. “Já estão colocando menos juros e o mercado se antecipa, beneficiando as classes de ativos de risco”, disse.

Estratégia

É importante, neste momento, segundo Gonçalves, ter estratégia de alocação, incluindo nos fundos imobiliários. “Não se deve esperar o último aumento de Selic e início de corte para começar a investir. Se deixa mais para frente, vai pagar mais caro porque o mercado já vai estar andando desde o período atual”, afirmou.

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Marx Gonçalves disse ainda que a não inclusão dos rendimentos recebidos de FIIs e Fiagros na base de cálculo na proposta de tributação de alta renda feita pelo governo federal, foi muito positiva.

“Isso é importante para as duas classes, porque se houvesse essa inclusão desestimularia naturalmente a essas faixas de renda a investir nesses veículos e esses contribuintes fazem preço no mercado pela quantidade investida”, ressaltou.

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