Brasil ganharia mais com preservação do que com pecuária na Amazônia, diz pesquisador

É possível reduzir o desmatamento na Amazônia, de forma barata, e o Brasil tem potencial forte no mercado de captura de carbono. É o que afirmou José Scheinkman, da Universidade de Columbia, no evento Estabilidade macroeconômica, desafios climáticos e progresso social, realizado na Universidade de Miami, com parceria da XP Private Bank. No painel, o pesquisador apresentou seu trabalho: “Climate Change: Costs and Benefits of Reforestation in the Amazon”.

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De acordo com Scheinkman, o ganho presente com criação de gado menos produtivo na região da Amazônia poderia ser compensado, com distância, pelo reflorestamento e potencial do mercado de carbono.

“O Brasil poderia receber US$ 422 bilhões no valor atual ao longo de 50 anos, compensando amplamente o valor perdido na produção de gado”, afirma o pesquisador. Considerando que a captura de carbono realizada no Brasil seria mais barata que outras versões já existentes, o ganho seria imenso.

“Temos desproporções de preços de carbono”, afirma. “A Amazônia não somente é um lugar barato para captura de carbono, mas o Brasil poderia ser financiado pela prática”, diz Scheinkman.

“Não há pagamento por simplesmente preservar”, sustenta o pesquisador. “Nós conseguimos No estudo, os dados sugerem que a produção de gás carbônico por gado acontece majoritariamente em locais de menor absorção de carbono por plantas, na Amazônia. Considerando as áreas abandonadas por ao menos 6 anos, o modelo criado pelos pesquisadores sugere que o reflorestamento natural teria melhores resultados.

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Além da recuperação florestal que poderia gerar maiores oportunidades de captura de carbono, a biodiversidade também seria positivamente influenciada. Atualmente, a perda é de 17% de biodiversidade mas com a venda de carbono, a perspectiva é de ganho de 6% na biodiversidade. Para que haja a preservação da biodiversidade, é imperativo que haja a também a preservação do território e, com o reflorestamento, 90% das espécies originais podem ser reavidas em 30 anos.

A perda de biodiversidade em uma área específica, de acordo com o pesquisador, faz com que todo o sistema seja impactado por pior uso das áreas que foram preservadas.

“Se você olha os dados, as árvores são muito diferentes entre si”, afirma. O professor reforça, no entanto, a importância da produção de números para estabelecimento de modelos. Dentre os dados utilizados pelos pesquisadores, estão dados espaciais e dados da produtividade de fazendas de gado.

“Não há floresta Amazônia, existem florestas Amazônicas, no plural”, diz o pesquisadores. Por isso, para melhor análise, o modelo desenvolvido detalhou o espaço amazônico em mais de 1000 frações.

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