Conheça o St. Pauli, time antifascista que teve a camisa usada por Neymar

Torcida do St. Pauli leva bandeiras de apoio às causas LGBTQIAPN+ ao estádio. Foto: reprodução

O jogador Neymar, amigo e apoiador de políticos de extrema-direita como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-SP), viralizou nesta sexta-feira (21) ao publicar uma foto nas redes sociais usando a camisa do St. Pauli, time alemão que carrega uma identidade fortemente progressista, antifascista e engajada em causas como o combate ao machismo, à homofobia e à xenofobia.

O clube, que recentemente subiu para a Bundesliga, a primeira divisão do futebol alemão, é um símbolo de resistência e luta por direitos sociais, contrastando com o posicionamento político já declarado pelo atleta brasileiro.

O St. Pauli, da cidade de Hamburgo, se tornou referência global por sua postura anticapitalista e de defesa de minorias. O clube é conhecido por banir nazistas de sua torcida desde os anos 1980 e por adotar em seu estatuto o combate a qualquer forma de preconceito.

É comum ver torcedores do St. Pauli empunhando bandeiras com o arco-íris do movimento LGBTQIA+, mensagens antifascistas e anticapitalistas, além de se posicionarem contrários à AfD, partido de extrema-direita da Alemanha. “Os nazistas estavam em todos os lugares, e o St. Pauli foi o primeiro a expulsá-los”, disse um torcedor entrevistado pelo canal Peleja.

Dos punks ao futebol

A história do St. Pauli como um clube de esquerda começou nos anos 1980, quando ele se mudou para uma área de Hamburgo conhecida por abrigar uma comunidade alternativa, punk e engajada politicamente. Desde então, o time se transformou em um fenômeno cultural, atraindo torcedores que veem no futebol uma plataforma para expressar valores de justiça social e igualdade.

O clube decidiu banir nazistas de sua torcida em um momento em que hooligans de extrema-direita espalhavam xenofobia e racismo nos estádios. Além disso, foi uma das primeiras equipes das principais divisões alemãs a ter uma dirigente mulher e a apoiar abertamente o movimento LGBTQIA+.

Entre 2002 e 2010, o clube foi presidido por Corny Littmann, um empresário declaradamente gay, que liderou o time de volta à primeira divisão.

“Foda-se a AfD”, diz uma bandeira contra o partido de extrema-direita da Alemanha. Foto: reprodução

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