Líder do Prerrogativas chama Derrite de “incompetente” após críticas a ministro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o advogado Marco Aurélio de Carvalho. Foto: Ronny Santos/Folhapress

O advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou nesta sexta-feira (21) que a reação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, à recente declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi “ousada” e “leviana”.

Na última quarta-feira (19), Lewandowski criticou as prisões feitas sem provas concretas. “A polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, disse o ministro durante abertura da reunião do Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em Brasília.

Em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta manhã, Derrite classificou a fala de Lewandowski como “absurda” e “desastrosa”. “Nós é que estamos errados, será que é isso? A gente sabe que não é”, disparou o secretário.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

“Até porque o ministro é um senhor de idade e eu tenho muito respeito por ele, apesar das besteiras que ele fala. A culpa não é dele, é de quem o escolheu para essa função, porque não tem a mínima noção do que deve ser feito, da onde ele está e o que tem que ser feito para combater o crime, principalmente o crime organizado no Brasil”, completou.

Segundo o coordenador do Prerrogativas, foi “desleal e injusta a crítica do secretário, que tem uma gestão marcada pelo aumento da violência, da criminalidade e de mortes”. O advogado ainda classificou Derrite como “desumano, violento e incompetente”.

“Ele descontextualizou a fala do ministro Lewandowski, que apenas revelou uma verdade incômoda”, disse Marco Aurélio à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

De acordo com dados do Ministério Público, as mortes por policiais aumentaram 98% nos dois primeiros anos de Derrite à frente da SSP, em comparação com o mesmo período da gestão anterior.

De janeiro a setembro de 2024, o número de mortos subiu para 580 — um aumento de 55% em relação ao mesmo período de 2023, que registrou 374 óbitos. Além disso, as ocorrências contra a mulher também voltaram a crescer em São Paulo.

Foram registrados 14.579 casos de estupro, ante 14.514 de 2023, até então o maior número já registrado. Em relação ao feminicídio, foram 253 vítimas —e 247 casos—, um aumento de 14% em um ano.

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