Chefe do golpe diz que não queria a fuga do filho, e os jornalões fingem acreditar. Por Moisés Mendes

Eduardo e Jair Bolsonaro. Imagem: reprodução

Bolsonaro mandou que espalhassem aos colunistas dos jornalões que era contra a fuga e permanência de Eduardo nos Estados Unidos. E os colunistas fingiram acreditar e embarcaram no recado que o pai teria mandado ao filho.

Comentaristas do bolsonarismo na Folha, no Globo e no Estadão destacaram que Bolsonaro recomendou ao filho que não fugisse. E essa então passou a ver a verdade dos jornalões.

Quando o mais provável é que Bolsonaro tenha concordado com a fuga ou até estimulado. Mas, para não ficar mal com o eleitorado, depois da repercussão negativa, mandou dizer que estava contrariado.

Com Eduardo sendo chamado de frouxo, covarde e fujão, alguém acredita mesmo que Bolsonaro poderia dizer que a fuga teve seu consentimento? Até porque crescem as suspeitas que o filho está nos Estados Unidos preparando a recepção quando da fuga do pai.

MEMÓRIA
Não há nos dois maiores jornais argentinos de direita, El Clarín e La Nación, uma linha, uma só, sobre o que acontecerá nessa segunda-feira em Buenos Aires, no Dia da memória, verdade e justiça, que se repete desde 2002 no 24 de março.

É a data do início da ditadura de 1976, que virou feriado nacional, e que terá de novo uma marcha até a Casa Rosada. Os jornais escondem a data porque, assim como no Brasil, foram cúmplices dos ditadores.

PESQUISAS
A notícia ruim das pesquisas para Javier Milei não é apenas a que indica queda na aprovação do governo. As pesquisas mostram também que Cristina Kirchner volta a ser vista como a líder da oposição, à frente do governador peronista de Buenos Aires, Axel Kicillof.

O PROBLEMA
Na semana passada teve mais esta. Falando a um grupo de altos executivos de grandes empresas argentinas e internacionais, em evento em Buenos Aires, o chefe de um grupo de altos conselheiros econômicos de Milei dentro da Casa Rosada, Demián Reidel, destacou as riquezas do país e disse:

“Obviamente, o problema é que essas áreas são povoadas por argentinos”.

A plateia riu muito da piada, dita em inglês. O fascismo, lá como aqui, se diverte com esse tipo de brincadeira contra seu próprio povo. E parte do povo acha engraçado.

REFÉNS
Chamada na capa da Folha:

“Ex-refém do Hamas, que ficou viúva, relata 52 dias de ‘inferno’ em entrevista à Folha”

Chamada que nunca veremos na capa da Folha:

Ex-refém de Israel, presa com os filhos, relata dois anos de inferno em entrevista à Folha.

CAMISETAS
Descobri hoje, porque barraram uma torcedora do Inter na entrada da arena do Grêmio para o show de Bethânia e Caetano, que é proibido ir a espetáculos em estádios com camiseta de time de futebol.

Uma camiseta é um perigo. Ainda mais se for aquela do Roger Machado com a imagem de um punho fechado contra o racismo.

BUCHAS
A notícia que se repete nos jornais, de gente que tenta se livrar dos carros do neonazista:

“Número de donos de Teslas que trocaram de carro bate recorde em março em reação a Musk”

Me lembro de quando, claro que por outros motivos, eu tentei me livrar durante meses de um Fiat 147 que ninguém queria.

Nos anos 80, essa era a dificuldade: livrar-se de Chevettes e Fiats 147.

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