CazéTV transmitirá Copa 2026? ‘O que for melhor para a Fifa’, diz sócio da LiveMode

A empresa de mídia e marketing esportivo LiveMode está em campo para negociar os direitos da transmissão da Copa do Mundo de 2026, repetindo o papel que exerceu no campeonato de 2022, por escolha da Fifa. Este ano, a TV Globo não deve transmitir todos os jogos, algo inédito até então. Isso abre espaço para a LiveMode exercer a sua estratégia de pulverização, que abarca canais de TV, abertos e fechados, e plataformas de streaming.

“Há uma demanda muito forte no mercado, pois, se você olha para qualquer dado de audiência passada de Copa do Mundo, todos os jogos dão muito audiência, não só os do Brasil”, disse Maurício Portela, sócio e um dos fundadores da LiveMode, em entrevista ao InfoMoney.

O executivo participou do Sport & Business Summit, o evento exclusivo do InfoMoney sobre negócios do esporte, em um painel sobre a importâncias das ligas nos negócios do esporte.

Uma outra herança da Copa do Mundo do Catar para a LiveMode é a CazéTV, fruto de uma parceria com o influenciador Casimiro Miguel e que transmitiu, via streaming, mais de 20 jogos do torneio mundial de 2022. A mais recente conquista da CazéTV foram os direitos de transmissão da Copa do Mundo de Clubes, que acontece em julho.

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Ao ser questionado se o canal pode vir a exibir os jogos da Copa do Mundo de 2026, Portela diz que a LiveMode está com o “chapéu da Fifa” nas negociações dos direitos de transmissão e busca a oportunidade que trouxer mais retorno à entidade. “Não existe uma predominância nossa”, afirmou.

Confira a íntegra da entrevista do sócio-fundador da LiveMode ao InfoMoney.

Mauricio Portela, sócio-fundador da LiveMode em evento do InfoMoney (Foto: Divulgação)

InfoMoney: Como a transmissão pulverizada se diferencia do modelo de negociação com um único veículo? Quais são as próximas fronteiras dessa pulverização?

Maurício Portela: Eu acho que a Liga Forte União criou um processo organizado, profissional e inclusivo para todos os players, mesmo tendo a rede Globo como parceira, transmitindo uma parte importante dos jogos. Os clubes da LFU vão fazer uma média de R$ 1,7 bilhão por temporada e isso é um crescimento bastante relevante para eles. Acho que, hoje, é menos sobre buscar novas fronteiras e mais sobre seguir organizando e profissionalizando os processos, para dar chances do mercado participar e mostrar o valor do produto.

IM: A LiveMode negocia transmissões, mas também tem o seu próprio veículo [Cazé TV] em franca expansão. Como essas duas nuances são conciliadas?

MP: São coisas bem separadas. Inclusive, no Brasileirão, a Cazé TV não comprou direito de transmissão. Quem comprou direito foi o YouTube e eles escolheram transmitir pela Cazé TV. Esse é um ponto de muita atenção e preocupação nossa. Sempre que têm esses processos [de concorrência], a gente busca trazer o mercado para eles. Não existe uma predominância nossa. O importante é que os nossos parceiros, Federação Paulista e LFU, tenham o melhor resultado possível. A Cazé TV está em outro lugar. [Transmitir] a Copa do Mundo de Clubes é uma oportunidade com a Fifa e a gente persegue ela. Mas são coisas bem apartadas e temos todo um cuidado para manter essa separação.

IM: Vocês são os negociadores oficiais dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026. Como estão essas negociações?

MP: A Copa de 2026 tem uma característica interessante, pela fato de que, pela primeira vez, a Globo não vai fazer a transmissão de todos os jogos – até agora tem direito à metade. Então há uma demanda muito forte no mercado, pois, se você olha para qualquer dado de audiência passada de Copa do Mundo, todos os jogos dão muito audiência, não só os do Brasil.

IM: Há chances de a Cazé TV ser uma transmissora?

MP: Vai depender do que é melhor para a Fifa. Vamos sentar junto com a Fifa, mostrar todas as opções o que for melhor, vai ser construído. Nesse caso, estamos com chapéu de Fifa e a ajudando a maximizar seus projetos, seu conteúdos.

IM: Recentemente, a LiveMode anunciou que pretende se associar a entidades esportivas. Como essa estratégia está caminhando e para qual tipo de entidade vocês olham?

MP: A gente acha que tem uma oportunidade muito grande de ajudar o esporte brasileiro com toda a experiência que a gente tem, com todos os resultados que construímos até agora. Somos confiantes e seguros do que fazemos. Então achamos que, se conseguirmos nos juntar de forma profunda a alguma entidades, vamos dar outro tamanho a elas. Não temos nenhuma novidade para dividir ainda, mas é um trabalho que a gente acredita que vai ter um resultado bem diferente nos próximos anos.

IM: As grandes entidades esportivas costumam fazer a própria gestão de suas transmissões. Estão mais flexíveis?

MP: No mundo, existem modelos diferentes. As [ligas] americanas, em sua maioria, fazem tudo dentro de casa. NBA, NFL, fazem muita coisa por conta própria. Mas se você vai para a Europa, isso muda. A Fifa nunca fez isso sozinha, ela sempre teve alguém ajudando e a LiveMode aparece nesse lugar. Acho que já existe maturidade em identificar onde as entidades podem atuar sozinhas ou precisar de uma ajuda externa. É bem dividido isso.

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