Brava (BRAV3): ação tem nova disparada apesar de prejuízo de R$ 1 bi; o que explica?

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Ampliando os ganhos de 5,57% registrados na sexta-feira após o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), as ações da Brava Energia (BRAV3) tiveram alta de 10,19% na sessão desta segunda-feira (24), seguindo também os ganhos com o avanço do petróleo.

Apesar do prejuízo de R$ 1 bilhão registrado no trimestre, a visão de que o pior pode ter passado guia os ganhos da ação mesmo após forte prejuízo no 4T. Cabe ressaltar que, em setembro de 2024, logo após mudar o ticker e nome em meio ao processo de fusão 3R Petroleum + Enauta, as ações caíram forte em meio a preocupações sobre se a Brava seria totalmente funcional.

Já na última sexta pós-balanço, os analistas do Santander estimaram que o trimestre atual deve mostrar melhores tendências.

A Brava entregou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de US$ 87 milhões no 4T24, que, apesar de ser cerca de 34% menor em relação ao trimestre anterior, estava amplamente em linha com o consenso, refletindo um trimestre amplamente esperado de manutenção pesada em ativos offshore (Atlanta e Papa-Terra).

Embora a produção tenha sido fraca em cerca de 39 mil barris de petróleo equivalente por dia (kboed) no 4T24, o banco nota um custo de extração melhor do que o esperado de cerca de US$ 16,30/boe (ajustado para Petrojarl), dado o desempenho sólido de suas operações onshore.

Por outro lado, o Ebitda fraco e o alto capex levaram a um aumento significativo na dívida líquida para US$ 1,9 bilhão e a relação dívida líquida/Ebitda de cerca de 2,8 vezes em 2024.

“Em nossa opinião, os resultados do 4T24 são o resultado de um período de transição para a Brava, dada a substituição do FPSO (plataforma) em Atlanta e a decisão de conduzir a manutenção em Papa-Terra para melhorar a integridade do ativo, embora as operações onshore tenham sido robustas”, avaliam os analistas.

Olhando para o futuro, a equipe de análise espera que os resultados do 1T25 devem mostrar melhores tendências operacionais, dada a produção no acumulado do ano de cerca de 71 kboed, bem como a relação entre o Ebitda e o fluxo de caixa operacional melhorado, o que acredita ser essencial para a tendência de desalavancagem da Brava em 2025.

Em relatório, a XP ressalta que a petroleira enfrentou um 4T24 muito difícil. Entre os muitos desafios que enfrentou, as paradas de produção em seus dois principais campos offshore, Papa-Terra e Atlanta, foram as mais significativas. A produção substancialmente menor (-23,9% em relação ao trimestre anterior) e os preços sequencialmente mais baixos (-8,4% em relação ao trimestre anterior) levaram a uma queda significativa no Ebitda (-31% em relação ao trimestre anterior) e a um eventual prejuízo líquido (-R$1 bilhão).

Apesar da acentuada queda, o Ebitda ficou aproximadamente em linha com as suas estimativas (+4% versus a estimativa da XP).

Já a forte desvalorização do real no trimestre aumentou ainda mais as preocupações sobre a relação de alavancagem da empresa. Essas preocupações foram eventualmente mitigadas por uma dispensa dos credores. A alavancagem ficou em 2,8x Dívida Líquida/Ebitda (abaixo do covenant de 3,5 vezes). No final de dezembro, a produção em ambos os campos havia sido retomada, e a Brava agora navega em direção a águas muito mais calmas.

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