JBS reporta bom 4T com carne nos EUA, Seara e Brasil: “encerra ano com chave de ouro”

A JBS (JBSS3), maior produtora de carnes do mundo, divulgou na noite de terça-feira seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), que classificados como sólidos pela XP Investimentos. As ações, por sinal, registram volatilidade, com a ação abrindo em alta cerca de 1%, passando a cair mais tarde na mesma proporção.

Segundo a XP destacou em relatório, a carne bovina dos EUA com margem 100 pontos-base (bps) acima da estimativa foi uma surpresa positiva, o que pode levar a revisões positivas de lucros.

Do lado negativo, a JBS Brasil e a Austrália foram mais fracas do que o previsto, refletindo preços mais altos do gado, e podem ser o catalisador negativo para as revisões de lucros. Ainda em tom negativo, a XP destaca a duplicação sequencial do capex (investimentos em capital) de manutenção.

No geral, a XP vê os resultados da JBS de forma positiva, o que deve apoiar a recente tendência de alta nos preços das ações, embora as tarifas continuem sendo um ponto de preocupação.

A empresa entregou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 10,7 bilhões no 4T24 , superando as expectativas do BBI, com destaque para a Seara, que apresentou um crescimento de 27% nas vendas e uma margem Ebitda de 19,8%. Segundo o banco, a JBS encerrou 2024 com “chave de ouro”.

A JBS também teve forte geração de fluxo de caixa livre (R$ 5,4 bilhões) e anunciou um dividendo adicional de R$ 4,4 bilhões (rendimento de 5%). Embora o ciclo da Seara tenha mostrado sinais de desaceleração, a JBS tem superado expectativas, especialmente nas divisões de carne bovina.

Para o BBI, a empresa continua sendo negociada com desconto em relação aos seus pares e mantém uma perspectiva favorável, com foco na possível listagem nos EUA. O BBI mantém sua classificação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 48.

Na opinião do BBA, a JBS revelou um trimestre saudável, com EBITDA ajustado de R$ 10,8 bilhões, superando sua projeção em 11%. Ajustado para ganhos contábeis, o EBITDA ainda superou as estimativas do banco.

O BBA ressalta que a geração de fluxo de caixa robusta ao longo do ano colocou a dívida líquida/EBITDA abaixo de 2,0 vezes em dólares. Consequentemente, a empresa propôs uma distribuição adicional de dividendos de R$ 4,4 bilhões (rendimento de aproximadamente 5%), que pode ser votada na próxima assembleia geral.

A visão do BBA é de que o fluxo recente de notícias sugere uma aproximação de uma possível listagem nos EUA, o que resultou em uma reclassificação de aproximadamente 0,7 vez Valor da Firma (EV)/Ebitda na semana passada. Apesar disso, o banco enxerga um desconto considerável em relação à PCC e Tyson, o que provavelmente oferece uma proteção significativa à avaliação da JBS nos próximos meses, assumindo que a companhia será negociada com uma nova base de comparação de avaliação.

O BBA manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 51.

Apesar de alguns ajustes pontuais nos números do 4T24, o BTG avalia que 2024 foi um “ano excepcional” para a JBS. “Os resultados validam uma estratégia de longo prazo pautada em crescimento e diversificação, que tem se mostrado acertada — especialmente considerando o compromisso da companhia em equilibrar expansão com retorno ao acionista e disciplina financeira”, comenta o banco.

O Ebitda ajustado ficou 6% acima da estimativa do BTG. No entanto, os números foram impactados por itens não recorrentes que somaram R$ 1,9 bilhão, afetando tanto o Ebitda quanto o lucro líquido.

O BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 48.

A equipe de análise do JPMorgan comenta que o Ebitda superou estimativas devido ao forte desempenho na carne bovina dos EUA, Seara e Brasil.

Por outro lado, conforme JPMorgan, as margens na Austrália recuaram 320 pontos-base na comparação sequencial, impactadas pelo aumento dos preços do gado. A alavancagem em dólares ficou em 1,9 vez, em linha com as projeções do banco americano.

Já o fluxo de caixa livre (FCF) totalizou R$ 5,3 bilhões, um número sólido, mas abaixo das expectativas do JPMorgan devido ao impacto do capital de giro.

O JPMorgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 46.

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