O Sistema Único de Saúde (SUS) começará a substituir gradualmente o exame Papanicolau pelo teste molecular de DNA-HPV para detecção do papilomavírus humano (HPV). A mudança, anunciada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero e já recebeu aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). O início da implementação depende apenas da avaliação final do Ministério da Saúde.
Com a nova metodologia, o intervalo entre os exames para mulheres sem diagnóstico do vírus passará de três para cinco anos. A faixa etária para o rastreamento preventivo permanece de 25 a 49 anos, desde que não haja sintomas ou suspeita de infecção.
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Maior Precisão e Prevenção
Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2021, o teste de DNA-HPV apresenta maior sensibilidade, permitindo identificar os subtipos do vírus e avaliar melhor o risco de evolução para câncer. Segundo especialistas, com alta cobertura vacinal e exames de rastreamento organizados, a doença pode ser erradicada em até 20 anos.
O pesquisador Itamar Bento, do Inca, explica que a precisão do teste reduz a necessidade de exames frequentes. “O teste tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se o resultado for negativo, há segurança para repetir o exame apenas após cinco anos”, afirma.
Rastreamento Ativo e Diagnóstico Acelerado
Outra mudança será a ampliação do rastreamento organizado, modelo em que o SUS buscará ativamente as pessoas dentro do público-alvo, garantindo o acesso ao exame, diagnóstico e tratamento adequado.
Entre 2021 e 2023, apenas três estados brasileiros atingiram cobertura próxima de 50% na realização do Papanicolau, enquanto outros apresentaram índices ainda menores. Em alguns locais, como Acre, Maranhão e Mato Grosso, os resultados levaram mais de 30 dias para serem entregues, dificultando o início do tratamento no prazo de 60 dias, como determina a legislação.
Com a nova estratégia, casos positivos para os subtipos de maior risco, como HPV 16 e 18, terão encaminhamento direto para colposcopia, acelerando o diagnóstico e tratamento.
Novidades na Estratégia de Detecção
Além do novo exame, as diretrizes incluem duas inovações importantes:
- Autocoleta de material para populações de difícil acesso ou que resistem ao exame tradicional realizado por profissionais de saúde.
- Atendimento especializado para pessoas transgênero, não binárias e intersexuais, garantindo maior inclusão no rastreamento.
A mudança representa um avanço na prevenção e controle do câncer do colo do útero, garantindo diagnósticos mais rápidos e eficientes no SUS.
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